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sábado, 14 de dezembro de 2019


Aécio vence Dória e emplaca aliado em disputa pela liderança do PSDB na Câmara

Estadão Conteúdo


Dividido em duas alas, o PSDB viveu, nesta semana, seus dias de PSL. Assim como ocorreu recentemente com o partido que elegeu o presidente Jair Bolsonaro, a disputa interna para a definição do novo líder da bancada tucana na Câmara se transformou em uma “guerra de listas de apoio” e expôs a queda de braço entre o governador de São Paulo, João Doria, e o deputado Aécio Neves (MG). Depois de idas e vindas, Aécio venceu Doria e conseguiu emplacar ontem o deputado Celso Sabino (PA) na liderança.
Doria apoiava Beto Pereira (MS), que chegou a ser escolhido líder do PSDB na terça-feira, em reunião na qual simpatizantes de Sabino não votaram, em protesto ao que classificaram como “manobra” para alçar um aliado do governador ao posto, antes do prazo. A lista com votos favoráveis a Pereira, no entanto, acabou invalidada porque a deputada Bruna Furlan (SP), do grupo de Aécio, alegou que sua assinatura havia sido usada sem permissão. Um racha semelhante ocorreu no PSL, que já teve três líderes em menos de dois meses.
Na disputa tucana, Pereira chegou a enviar um assessor a Campo Grande (MS), onde a deputada Tereza Nelma (MS) está internada, para que ela assinasse o requerimento a seu favor. Após a Câmara anular a primeira lista, o deputado Carlos Sampaio (SP), até então líder da bancada, voltou ao cargo. Mas, quando todos esperavam que a briga continuariam na próxima semana, o grupo de Sabino conseguiu uma vitória. Tudo porque o deputado Miguel Haddad (PSDB-SP), aliado de Pereira, teve de sair para dar a vaga na Câmara a Guilherme Mussi (PP-SP). Haddad é suplente de Mussi, que estava licenciado e retornou ontem ao mandato.
Com a volta do titular, houve nova reviravolta no processo eleitoral, uma vez que aliados de Sabino protocolaram outra lista de apoio na Câmara. O deputado paraense obteve, então, o respaldo de 16 dos 31 colegas. Inconformado, o grupo de Pereira marcou uma reunião para a próxima terça-feira, com o objetivo de decidir os próximos passos.
“Nós queremos que o PSDB volte a ser um imã, como era no passado, para atrair o centro democrático liberal”, disse Sabino ao jornal O Estado de S. Paulo. “Nós não comungamos com os extremos de direita e de esquerda.”
Munido de um discurso sob medida para acalmar os ânimos, Sabino afirmou que vai trabalhar para que os tucanos tenham “forte presença” no plenário e nas comissões da Câmara. “Vamos tratar de pautas importantes, como as reformas tributária e administrativa”, comentou. “Nossa bancada é formada por deputados talentosos.”
O confronto entre Doria e Aécio ficou marcado pela tentativa do governador paulista de expulsar o mineiro – acusado de corrupção passiva e obstrução da Justiça – das fileiras do partido. A iniciativa não teve sucesso. O partido aprovou um relatório contra a expulsão do mineiro, feito por Sabino. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Calinhos da Cohab fala sobre suposta operação que poderá ocorrer nos próximos dias em Santa Cruz

Foto: Elivaldo Araújo.
Dando poucos detalhes, o vereador Carlinhos da Cohab na tarde desta quinta-feira (12) durante a sua fala na tribuna da Câmara de Santa Cruz do Capibaribe, citou uma suposta operação que poderá ocorrer no município nos próximos dias, e que o alvo seria o prefeito Edson Vieira (PSDB).

“Aguardem, esses dias está para chegar uma operação aqui em Santa Cruz do Capibaribe, e não vai ser para alisar o prefeito não, vai ser uma operação para combater a maior corrupção instalada na cidade pelo comando do prefeito Edson Vieira” – pontuou.


Fonte : Blog de Ney Lima

Elemento é detido ao ser flagrado praticando furto no Centro de Taquaritinga

Na manhã desta sexta-feira (13) um indivíduo foi detido após praticar um furto contra um estabelecimento comercial no Centro de Taquaritinga do Norte.
José Rodrigues Nunes de Santana (27 anos) foi flagrado praticando o delito, e em seguida encaminhado a delegacia de polícia da “Terra do Café”.

BRIGA DOS CAMPOS USADA POLITICAMENTE EM GARANHUNS


Briga na família Campos está sendo usada politicamente em Garanhuns.

O próprio prefeito Izaías Régis (PTB) tem compartilhado nas redes sociais vídeos e textos mostrando o desentendimento do advogado Antônio Campos (Podemos) com o sobrinho, deputado federal João Campos (PSB).

Tudo começou quando João, na Câmara Federal, fez críticas ao ministro da Educação, Abraham Weintraub e terminou atacando o tio.

Socialista,  que considerou o ministro uma figura do mal, terminou revelando que não se relacionava com o tio e ainda fez uma avaliação dura do irmão de Eduardo. “Ele é pior do que você”, afirmou diante de Weintraub.

Por isso que Antônio, também conhecido como Tonca, distribuiu nota nesta quinta-feira com a imprensa da capital detonando João e a mãe do deputado, a viúva Renata Campos.

Intenção de usar a briga politicamente em Garanhuns provavelmente tenha a intenção de atingir o deputado Sivaldo Albino (PSB), nome mais forte da oposição para disputar a eleição de 2020.

Na verdade, apesar de aliado de João Campos, a quem deu boa votação para deputado federal em Garanhuns, em 2018, Sivaldo não tem nada a ver com esse conflito, porque não é uma briga do Partido Socialista e sim uma um desentendimento familiar.

*Na foto da Câmara Federal, o deputado João Campos

ETNICIDADE E GÊNERO NA HISTÓRIA BRASILEIRA: O RISCO DO DISCURSO CELEBRATIVO DA ANCESTRALIDADE - Michel Zaidan


Estudar a história social através da literatura, do cinema ou do teatro é uma experiência fascinante, mas se constitui numa opção metodológica exigente e sofisticada, que muitas vezes é identificada à chamada Nova História Cultural, um ramo muito cultivado pela terceira geração da Escola dos Annales, também designada como "nouvelle histoire".


Mas é preciso antes de falar sobre a História Cultural e suas direções, fazer uma menção a Frederico Nietzsche, o filósofo alemão também conhecido pelo seu nominalismo e a concepção retórica da História (A Genealogia da Moral e A verdade e a mentira no sentido extra-moral) .


Foi Nietzsche quem destruiu - na época moderna - as pretensões de validade moral, cognoscitiva ou estética de qualquer enunciado sobre o passado, equiparando todos os enunciados a proferimentos e sentenças a serviço de uma vontade de poder (ou de potencia, como gostam de falar os nietzschianos) A historiografia nietzschiana (genealógica) é uma historiografia em perspectiva: nem falsa nem verdadeira, mas situada em lugar do discurso. O seu conceito de tempo é o que se chama de "transtemporalidade" (ou atualização): atualizar o passado no presente e projetar o presente no passado. A rigor, não haveria um passado: apenas versões diferentes do passado. nenhuma melhor ou mais verdadeira do que outra.


Entre os autores que cultivam esse ramos da história, há os que defendem uma história cultural abertamente inspirada no pensamento de Frederico Nietzsche, como Michel Foucault e Hayden White. Um tipo de história do discurso sobre a história, perfeitamente cientes da descontinuidade, do acaso e da ausência de teleologia no processo histórico, tudo conforme a genealogia de nosso filósofo. Mas há outras formas de história cultural:a de Robert Darton, influenciada pela antropologia de Clifford Geertz, e a de Carlo Ginzburg e seu paradigma indiciário, que se situa a meio caminho entre positivismo e nominalismo. E que toma distância dos franceses e sua "história das mentalidades", acercando-se do conceito de circularidade da cultura, de Mikhail Bakhtine e Gramsci.


As escolhas de Simone Garcia Almeida, em sua tentativa de analisar a história dos ex-escravos africanos no Brasil, a partir do romance "Água de barrela", tornaram-se mais complexas pela adição das categoria de "raça" e "gênero", obrigando-a a se definir em face desses conceitos. Neste ponto, a primeira providência seria "dessubstancializar" ou dessencializar" esses conceitos. Raça e gênero não são essenciais ou substancias. São construções históricas e culturais e por isso precisam ser "desconsconstruidas". Neste aspecto, aproximamo-nos do pós-estruturalismo e nos afastamos do marxismo. As feministas contemporâneas tendem a opor o feminismo - como discurso de emancipação do gênero - aos clássicos da modernidade (Freud, Marx, Durkheim e de contemporâneos como J. Habermas) e se acercar dos pós-estruturalistas. É preciso, aqui, evitar uma perspectiva essencialista ou substancialista nos estudos de gênero e raça. Os atuais estudos sobre etnicidade e gênero estão hoje numa disciplina chamada de "decolonialismo" ou "estudos culturais" (Babba, Hall, Fanon, Canclini Said).


As tentativas da autora em analisar o romance ("Água de Barrela") pelas categorias da "literatura negra" ou literatura "afrobrasileira" que implicam 'um sujeito negro da enunciação romanesca' ou uma união virtuosa entre "experiencia da negritude e escrita", e não apenas aqueles sujeitos que fala em da negritude, sofre também algumas limitações. Primeiro, temos uma intertextualidade de um discurso que fala sobre outro discurso que fala de uma narrativa oral sobre opassado da escravidão. Ora, há os filtros da memória e os silêncios sobre determinados temas. O passado assim resgatado se apresenta ruinoso e fragmentário. Mas também tem a questão da posição da narradora do romance (neta da biografada) Será que ela se encaixa perfeitamente naquelas condições ideais de uma autora de uma literatu ra negra ou afro -brasileira? Ou não seria este mais um discurso militante ou empenhado sobre a negritude? Não haveria por dela um tom celebrativo nietzschiano sobre a ancestralidade africana no presente da autora?


Depois vem o discurso da autora da tese sobre o romance. Parece haver aí uma tendencia descritiva, convalidatório, acrítica, entrecortado de citações e trechos da obra, sem nenhum distanciamento crítico, quase como que aderindo tacitamente ao trabalho da escritora.


Longe de mim negar a importância do resgate desses relatos e narrativas para a construção de uma identidade social, coletiva da mulher, da mulher negra, escrava ou ex-escrava no Brasil, ainda hoje submetida à dominação sexista de machos brancos ou pardos, ricos ou pobres. Mas, a menos que desejemos adotar conscientemente a visão nieztschiana do passado, numa versão militante e celebrativa da escravidão africana, terminaríamos por endossar simplesmente uma visão ingênua e pouco crítica da história.


É preciso não fazer da necessidade virtude metodológica ou construir uma nova mitologia positiva do genocídio ou do massacre do povo africano (aliás, povo não imune a contradições internas, de violentas lutas tribais e de clãs e nações distintas, como bem mostrou a dificuldade de construção de Estados nacionais ou do socialismo no continente africano).


*Michel Zaidan Filho é professor aposentado da UFPE e cientista político.