O Deputado estadual Diogo Moraes (PSB) que busca seu 4º mandato na ALEPE caminha para ter a reeleição mais difícil de sua carreira política em 2022. Se não bastasse a fadiga política de tantos anos no poder e a pouca eficiência de sua atuação parlamentar, recheada de promessas mirabolantes e milhões que nunca chegam às bases, sua desastrosa condução política em alguns municípios tem aumentado o número de desafetos, que passam de ex-fiéis apoiadores a adversários ferrenhos do parlamentar.
Nos últimos pleitos Diogo perdeu importantes bases nos municípios de Brejo da Madre de Deus, Toritama, Vertentes, Santa Maria do Cambucá, São Joaquim do Monte e outros municípios, tendo o deputado já ligado o sinal de alerta.
Santa Cruz do Capibaribe é sua principal base, atualmente ele conta com o apoio do Prefeito Fábio Aragão, mais já foi protagonista de muitas confusões que tiveram início em 2010, quando ele fez uma dobradinha de fachada com o ex-deputado Federal José Augusto Maia (REPUBLICANOS) sob as bênçãos do Governador Eduardo Campos e depois enganou Zé, dobrando em Santa Cruz com a mãe do Governador, Ana Arraes, para Federal. Essa divisão causou um racha nos taboquinhas e culminou com a derrota do grupo para Edson Vieira (UB) que tomou a prefeitura em 2012 e Diogo vendo que a maré não estava pra peixe se aliou com Edson e deixou os taboquinhas na mão.
A união com Edson Vieira durou até 2017e mais uma vez Diogo volta para os taboquinhas. Em 2018 Fernando Aragão iria apoiar Zé Augusto (Federal) e Armando Monteiro (Governador), Diogo que tinha rompido com Edson, prometeu a Fernando que se ele apoiasse Diogo e Paulo Câmara, tanto ele como o governador apoiariam seu nome para Prefeito em 2020. Fernando apoiou, deixou Zé e Armando e foi apoiar Diogo e Paulo, mas em 2020 Diogo abandonou Fernando e disse que o candidato tinha que ser do PSB, com a desculpa de não apoiar Fernando e cumprir com o prometido. Ele chegou a fazer uma aliança com Zé Augusto para tentar tirar Fernando Aragão da disputa, chegou até a lançar seu nome como pré-candidato a prefeito, depois tentou lançar outros nomes, tudo sem obter sucesso, numa briga onde foi engolido pelo Deputado Federal Eduardo da Fonte (PP) que apoiava Fernando Aragão, e passou a apoiar Fábio Aragão, o seu filho, após Fernando morrer vítima do Covid, cabendo a Diogo o prêmio de consolação de vir por gravidade.
Em Taquaritinga do Norte sua interferência na política local também não é diferente. Em 2015 tomou partido em favor do Vice–Prefeito Lero (PSB) e quase implode o grupo, após ter ocorrido o rompimento de Lero com o Prefeito Evilásio (PSDB), numa confusão sem precedentes que afastou várias lideranças do grupo Calabar o que fez com que o grupo perdesse mais de mil votos de uma eleição para outra, onde só foi estabelecida uma aparente paz após a realização de uma pesquisa que apontou Lero como vencedor. Mal se apagaram as luzes do pleito de 2020 e mais uma vez Diogo começou a se indispor com lideranças do Calabar, e sua inércia e desatenção culminou com a debandada do Vice-Prefeito Gena Lins (PODEMOS) e sua base de sustentação, que tinha apoiado Diogo nos 3 últimos pleitos.
O Governador Paulo Câmara (PSB) também foi vítima de Diogo. Em 2015, numa articulação do Ex-Presidente da ALEPE Guilherme Uchoa, ele deu uma rasteira no governador na eleição da mesa diretora e se elegeu primeiro secretário, derrotando o candidato do governo que era o Deputado Lula Cabral.
Diogo vem colecionando adversários que dificilmente volta a ser aliado, e isso pode trazer consequências em sua tentativa de ir para seu quarto mandato, um exemplo é o aviso que Eduardo da Fonte (PP) deu, afirmando que o PP poderá laçar um filho de Santa Cruz candidato a deputado estadual. Sabemos do potencial de Diogo Moraes e suas conquistas em 14 anos de mandato, ele parte para cima, porém tem muitos pregos que caíram nessa estrada. Só o tempo dirá. A sorte está lançada.
