O governador Paulo Câmara já está fazendo política para se reeleger em 2018. E com a caneta, sem precisar discursar, nem sair do seu gabinete.
A nomeação de 300 pessoas contratadas ou ocupando funções de confiança, de novembro passado a março deste ano objetivam o quê? Melhorar a máquina do Estado, levar qualidade de vida aos moradores da Região Metropolitana, Agreste, Mata e Sertão?
Não! Essas indicações visam em primeiro lugar abrigar aliados políticos, que vão vestir a camisa com gosto na campanha, para que Paulo fique mais quatro anos no Palácio das Princesas.
A criação de um Batalhão Especializado da Polícia Militar em Caruaru tem como finalidade acabar de uma vez por todas com a violência na capital do Agreste?
Obviamente o governador sabe que não vai levar a segurança a Terra de Vitalino com um decreto, ou com alguns homens a mais combatendo a criminalidade. Pode até minimizar o problema, mas representa antes um paliativo que uma solução.
Paulo Câmara prometeu ao prefeito de Caetés construir até o final do ano uma adutora para levar água de Garanhuns ao seu antigo distrito. Será que essa atitude é porque está sensibilizado com a situação da população daquele município? Será por que o prefeito Armando Duarte o conquistou com sua lábia.
A resposta neste caso também é não.
Animal político, o governador faz de tudo para conquistar o apoio do prefeito de Caetés, porque sabe que o gestor é respeitado na região e em todo Estado, e uma adesão do petebista valeria ouro para campanha do socialista em 2018.
De agora por diante vai ser assim: propaganda na televisão, novas promessas,
algumas obras e muita pirotecnia.
Assessores, marqueteiros e o governador sabem que a oposição ainda não se achou, veem que Armando Monteiro não consegue capitalizar o fracasso desses primeiros anos de mandato e o ministro Bruno Araújo além de ser desconhecido da maior parte da população andou aparecendo na lista dos propineiros e possivelmente só vai ter condições de se reeleger deputado.
Mendonça Filho já foi vice-governador e governador e pode se contentar em garantir mais quatro anos de mandato na Câmara Federal, no próximo ano se elegendo com enorme votação, por conta da visibilidade que tem como Ministro da Educação.
Jarbas se reelegeu governador porque foi bem nos primeiros quatros anos, o mesmo acontecendo com Eduardo Campos.
Paulo Câmara, ao contrário, faz uma gestão muito abaixo da que foi feita por Jarbas e Eduardo e mesmo assim pode se garantir por falta de adversários competitivos.
A não ser que a vereadora Marília Arraes (PT) resolva sair candidata, em dobradinha com Lula conquiste o coração da Região Metropolitana e dos pernambucanos em geral, derrotando os favoritos ou pelo menos forçando um segundo turno na disputa do ano que vem.
Hoje, com a caneta, o batalhão de prefeitos e deputados, o uso da máquina, Paulo Câmara ainda é um forte candidato à reeleição.
Mas em 2018, dependendo da reação do povo ao oportunismo e as atitudes arbitrárias que tomaram conta do país tudo pode mudar.
E aí tudo pode acontecer: tumulto nas ruas, revolta, sentimento de mudança, desejo de vingança, vontade de dar o troco, renovação na Câmara Federal e nas Assembleias Legislativas; de modo que se dê um freio de arrumação na onda fascista, que se impeça mais retrocesso e que se coloque no poder políticos de verdade, não arremedo de líderes, burocratas que fazem política com um manual na mão, de olho nos próprios interesses e fazendo do eleitor simples massa de manobra.