Depois que a governadora Raquel Lyra (PSDB) divulgou um relatório a respeito dos primeiros 100 dias da gestão, parlamentares da oposição se pronunciaram, através da imprensa, para criticar. Marília Arraes (Solidariedade), Danilo Cabral (PSB) e Liana Cirne (PT) consideraram o desempenho da gestora como uma decepção.
A petista, que é vereadora do Recife e teve boa votação para deputada federal, em 2022, fez comparações entre o governo do estado e o federal, considerando que Lula mostrou serviço, enquanto Raquel até agora não tem ações para mostrar a população.
Marília Arraes, que disputou o segundo turno com Raquel e foi derrotada fez as seguintes considerações:
"O que a gente tem visto, aqui, em Pernambuco é uma usina de crises em todas as áreas, mas principalmente na área que ela mais falava durante a campanha: a educação. Os professores de Caruaru vinham avisando a Pernambuco inteiro, mas o povo terminou dando esse voto de confiança e ela repetindo a experiência negativa que teve na sua cidade: falta de diálogo, de compromisso com os professores e, principalmente, revelando o posicionamento político que ela tenta manter camuflado, que é o posicionamento bolsonarista, tanto de negar uma prioridade à educação, aos profissionais da educação quanto à própria ciência".
A ex-deputada criticou o não pagamento do piso nacional, a não convocação de concursados em diversas categorias e o atraso do pagamento de terceirizados, merendeiras, de pessoas que precisam do salário. "Desde a década de 1980 não se via atraso em pagamentos de servidores terceirizados", salientou Marília.
LIANA - A vereadora Liana Cirne usou as redes sociais para comparar as ações dos 100 primeiros dias do Governo Lula e a "paralisação do Estado no Governo Raquel Lyra".
Em relação à administração federal, Liana destacou as ações de combate à fome e à miséria, como a recriação do Bolsa Família, com valor de R$ 600 e adicional de R$ 150 por criança de zero a seis anos e de R$ 50 por criança e adolescente de sete a 18 anos.
A petista também destacou o reajuste de 36% nos valores do Programa Nacional de Alimentação Escolar , que ajuda a custear a merenda escolar na rede pública de ensino, e a recriação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), programa que foi encerrado pelo governo Bolsonaro e que é responsável pela compra de produtos da agricultura familiar para distribuição entre as famílias vulneráveis e em situação de insegurança alimentar.
A vereadora do Recife elencou ainda a abertura imediata de 15 mil vagas do programa Mais Médicos, o investimento de R$ 600 milhões para a realização de cirurgias eletivas pelo SUS, a entrega de 5.693 unidades do programa Minha Casa Minha Vida, o reajuste do salário mínimo para R$ 1.320, reajuste das bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado; o investimento de R$ 344 milhões para a construção das 40 Casas da Mulher Brasileira, que vão prestar atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica.
Em contrapartida, ao avaliar o governo de Raquel Lyra a parlamentar criticou o não pagamento do piso salarial dos professores, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e a crise no Serviço de Assistência à Saúde dos Servidores de Pernambuco (Sassepe), que fechou unidades no interior e teve contratos cancelados com a rede credenciada. Fazendo um trocadilho com os 100 Dias, Liana destacou as “sem ações” da gestão Raquel Lyra.
DANILO - Para o ex-deputado Danilo Cabral, os 100 primeiros dias do novo governo estadual deixam a desejar. "É comum dizer que, no arriar das malas, a pessoa diz a que veio. Em Pernambuco, não conseguimos visualizar o propósito da nova gestão. Claro que esse é um tempo curto para entrega de ações, mas é suficiente para sinalizar as prioridades e a forma de governar", avalia. Ele afirma que o início foi marcado por desencontros administrativos e políticos. "Falta um comando que olhe para o futuro e não para o retrovisor", acrescenta.
Danilo concorreu ao governo do estado no ano passado e obteve 18% dos votos no primeiro turno. O ex-deputado diz que chama a atenção a ausência da governadora Raquel Lyra no interior, com exceção de visitas a Caruaru.
"Temos uma preocupação especial - e falamos muito isso durante a campanha - que Pernambuco seja governado olhando para todos os pernambucanos e as pernambucanas. Quem nasce no interior tem os mesmos direitos de quem nasce na Região Metropolitana do Recife. Essa ausência do novo governo acende uma preocupação. Queremos um Pernambuco igual com ações chegando à RMR, mas também ao Agreste e ao Sertão", destacou Danilo Cabral.