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quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Nem “paima”, nem “perua”, é esperteza mesmo.

 


Já faz um tempinho que o prefeito Lero fez um estrago no terreiro da oposição, repatriou para o ninho Calabar o trator de Pão de Açúcar, Luís Floriano, o conhecido Batata. Quem imagina que um time contrate um Messi para ele ficar no banco de reservas? Obviamente já chega com a condição de titular. Resta, claro, uma possibilidade de ficar no banco, mas apenas diante de uma eventualidade da qual não se tem controle: um problema de saúde, uma decisão pessoal, uma questão jurídica. Então, ao voltar para o campo político onde sempre esteve, Batata veio com a expectativa de ocupar o lugar de vice na chapa de Alysson Dias. Uma pretensão lógica, natural, pacífica, de lado a lado, de quem chegou e de quem recebeu. Tanto é que meses se passaram e não se ouviu uma voz de contrariedade com a possível chapa AB.


O cálculo é muito simples, Batata tem experiência política, disposição incomum numa campanha eleitoral é de Pão de Açúcar, requisito indispensável para se formar uma chapa vitoriosa e tem respaldo, digamos, “logístico”. Não se conhece, pelo menos publicamente, personagens históricos do grupo Calabar, em Pão de Açúcar, que vete o nome de Batata na vice. Passaram-se meses para que algum muxoxo pudesse vir à tona. Em todas as entrevistas, tanto Lero, quanto Alysson, assim como o próprio Batata, deixaram bem claro que o grupo dispunha de grandes nomes políticos para se apresentarem como vice, desde que a conjuntura política os cacifasse. Então, Batata é a preferência quase unânime, mas sem desvalorizar outros expoentes do grupo.

Agora, nessa virada de ano, de repente, alguém anda alimentando uma perua, perdendo até o time gastronômico, ou seja, se tivesse surgido no Natal, não contemplando o quinta-colunismo de dois ou três enrustidos, como barganha, servir-se-ia pelo menos como quitute natalino, acompanhado de um bom espumante do Vale do São Francisco. Pergunta-se: a quem serve estimular essa quimera de que o secretário de articulação política Dudinha deseja disputar com Batata o posto de vice na chapa Calabar? Se fosse uma fake da oposição, nada mais natural, abreviar a sequência espetacular de vitórias dos vermelho autênticos. Não tendo esse alguém, vira-se a página e fabrica-se uma pauta negativa. È do jogo eleitoral, inclusive requentar uma declaração, vazia de conteúdo, feita no calor de uma disputa eleitoral.

Então, estranha-se que estejam se valendo de uma certa ingenuidade do secretário Dudinha e estejam lhe estendendo uma corda, fazendo-o crer que pode entrar na chapa, tirando o já consolidado nome de Batata. Essa corda, partindo da oposição, sim, jogo naturalíssimo. O que não é natural é um “movimento” interno de uma ou duas pessoas, despersonalizado, conduzido por alguém que tenha algum interesse eleitoral. Mas, como diz o ditado, a esperteza também pode comer o gato. Da boca do secretário Dudinha não saiu, publicamente, um “desejo ser vice” ou “quero disputar a indicação com Batata”. Aliás, ele até nega e atribui o boato aos “caras que estão falando isso”. Percebe-se claramente uma forçação de pauta, quem sabe com o intuito de valorizar o passe de algum “atleta” ou então, como diz a música “eu vou fazer um leilão, quem dá mais pelo meu coração”. De qualquer forma, o secretário também se acautele e se pergunte: “sou tão popular assim? Meu nome sendo tão comentado nas comunidades? Ou tenho algum atrativo não eleitoral?”.

Por mais forte que seja um prefeito, ele precisa ser racional na montagem da chapa que pretende apoiar para sua sucessão. O papel de vice é estratégico para complementar a capacidade eleitoral do cabeça de chapa. Complemento esse que não leva em conta apenas o potencial de votos. Claro que há muitos nomes no grupo Calabar com capacidade para figurar como vice, mas o conjunto da circunstância política favorece Batata, um Calabar histórico. 

Apenas uma situação especialíssima poderia alterar a chapa e não é o caso do secretário Dudinha, que está sendo objeto de algum interesse de quem vê nessa “perua” uma oportunidade para , posteriormente, saltar do muro para o lado mais promissor. O grupo Calabar tem o desafio de partir para mais um mandato, mas dispõe das condições político-eleitorais para disputar como favorito. “Peruas” como essa do secretário Dudinha na vice mostram como a oposição aposta num erro interno do grupo situacionista para tentar interromper a trajetória de vitórias. Não deve dar certo porque até o próprio secretário vai perceber que esse “amor” por sua candidatura pode ser um “golpe do baú”.


Gisonaldo Grangeiro, "cearense" de Pernambuco, agrestino do Polo, professor efetivo da Rede Estadual de Educação do Estado do Ceará e da Rede Municipal de Educação de Fortaleza.

TEMPUS FUGIT


 Para começo de conversa, em 2024, desejo partir de letras que tragam provocações de esperança, sem cair na pieguice da praga da autoajuda, é importante renovar a esperança, mas não aquela que se tem ideia, ou seja, ficar esperando que as coisas caiam do céu enquanto você nada faz para concretizar objetivos, não basta esperar que o universo esteja conspirando a seu favor, é preciso ter coragem de agir, porém, agir com planejamento, nada mais perigoso do que gente sem planejamento com atitude, geralmente pensam ajudar quando estão atrapalhando a si e aos outros.

Estamos em um ano de muitos desafios pela frente, recuperar nossa economia, melhorar os índices educacionais e diminuir a evasão, em especial no ensino médio são alguns dos muitos obstáculos pela frente, e também como não poderia deixar de ser lembrado que estamos em ano de eleição, e a escolha nas urnas vai alterar o executivo e o legislativo municipais, portanto, vamos às urnas para escolher aqueles que na política estão mais próximos, prefeitos, prefeitas, vereadores, vereadoras.

Que tem a esperança a ver com isso? Fácil de responder, temos a esperança de que os cidadãos e cidadãs escolham seus representantes com mais cuidado, não se pode pensar eleição apenas como festas e depois um simples apertar de botões, escolhas mal feitas contribuem para que nossas cidades sejam administradas por desastrados que não deveriam ocupar lugares de tão grande importância. Não gosto dos pessimistas, eles só veem o mundo com a lupa da desgraça, porém, devo assumir que pelas cidades por onde ando, em especial no interior, as conversas giram em torno de quem é que vai ganhar, quem vai ser o candidato ou a candidata, não percebem-se discussões em torno dos problemas das cidades e quem são aqueles que tem boas propostas para melhorar, também não vemos propostas da maioria dos pré-candidatos, boa parte deles estão ocupados demais com a pré-candidatura para perder tempo pensando em bem-estar social.

Tempus Fugit, essa frase em latim não é língua morta, o tempo foge, e não espera por nós, logo, se é para ter esperança que seja agora, mas uma esperança com ação, que sejamos soldados fiéis ao propósito comum a todos, do contrário vamos travar enfrentamentos em favor apenas dos próprios interesses, em “ano de política”, como falam alguns por falta de entendimento de que política se faz todo dia, as eleições são uma grande opção para renovar as nossas energias no que tange a confiança na democracia, que se não for cuidada, o futuro pode ser muito pior, e quando é o futuro? Não chegamos lá, portanto, o tempo é o agora. No mais, fica o dito para ser reescrito e ponto final.


Professor Rimário

Graduado em História, Pós-graduado em História Contemporânea, Pós-graduado em Ciências da Educação.

FILME SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS COMPLETA 35 ANOS

 



O filme "Sociedade dos Poetas Mortos" completa exatos 35 anos em 2024,  desde o seu lançamento.

É cinema da melhor qualidade, que marcou a vida de muitas pessoas, de 1989 até os dias atuais.

Longa tem a direção do australiano Peter Weir, cineasta que assinou outros excelentes trabalhos, como "A Testemunha", com Harrison Ford, o "Show de Truman (Jim Carrey) e o mais recente "O Caminho da Liberdade".

Sociedade, estrelado por Robin Williams em sua melhor forma, permite muitas leituras.

É uma crítica ao autoritarismo da escola e da sociedade em geral.

Numa escola tradicional dos Estados Unidos, adolescentes são submetidos a uma rígida disciplina, são pressionados a manter uma tradição de muitos anos com o objetivo final de ingressar na Universidade, como engenheiros, advogados ou médicos, de preferência.

Chega um professor novo no colégio, John Keating e quebra o protocolo, subverte as regras, contrariando a direção e outros docentes.

Seus jovens alunos, porém, ficam encantados.

Começam a gostar de poesia, passam a apreciar Shakespeare e outros autores clássicos.

As aulas de Keating são divertidas, deixam os estudantes felizes.

Aprendem a pensar e são tomados por desejos de libertação.

Seguindo os caminhos do professor, quando aluno da escola, fundam a Sociedade dos Poetas Mortos.

Um pequeno grupo se reúne numa gruta, longe dos olhos da direção e dos professores mais rígidos, para ler poemas de autores consagrados e também de sua própria autoria.

Neil Perry, um dos alunos, integrante da sociedade, tem paixão pelo teatro e deseja fazer artes cênicas.

O pai, porém, pra lá de autoritário, proíbe o garoto de fazer o que gosta e quando o rapaz o desobedece tira-o do colégio para mandá-lo para uma escola militar.

Objetivo é torná-lo médico, dar ao filho as chances que ele não teve.

Pressionado, triste, Neil tira a própria vida.

A notícia logo chega à Academia de Elite, deixando seus colegas transtornados.

O pai do suicida, responsável pela tragédia,  transfere a culpa para o professor, que na sua visão influenciou negativamente os estudantes.

Direção da escola também se exime de qualquer culpa e resolve fazer de Keating o "bode expiatório".

Embora ficção, "Sociedade dos Poetas Mortos" tem muito a ver com a realidade.

Nos Estados Unidos, na Inglaterra, no Brasil, em muitos lugares os colégios eram excessivamente rígidos, a educação funcionava como uma camisa de força.

Jovens mais sensíveis, principalmente os inclinados às artes, sofreram traumas terríveis nesses lugares.

Os métodos pedagógicos retratados no filme foram mais comuns na primeira metade do século XX. Mas ainda hoje existem resquícios desse modelo, até mesmo em alguma escola perto de nós.

Keating foi derrotado? É errado dar liberdade e ensinar a pensar?

Foi injusto colocar a culpa nele, pela morte do garoto?

A resposta a essa pergunta pode ter sido dada no próprio filme, com uma improvisada rebelião dos adolescentes, na despedida do professor.

Boa parte deles desafia o atônito e autoritário diretor, ao subir na carteira escolar e saudar o mestre, chamando-o de capitão.

Ele sorri, agradece e fica a mensagem que ecoa até hoje.

Em algum lugar haverá lugar para a filosofia de Keating, sua prática pedagógica será valorizada e o lema da Academia Americana poderá um dia ser esquecido, depois de desmoralizado.

"Tradição, honra, disciplina e excelência". Na verdade isso é puro fascismo, hipocrisia, uma camisa de força que na tela ou na vida pode levar outros a desistirem da caminhada.

Principal trabalho na carreira de Robin Williams, "Sociedade dos Poetas Mortos" ficou na memória, marcou a vida de muitos. Como o garoto do filme, o ótimo ator americano também tirou a sua própria vida, quando estava na meia idade. 

"Sociedade" é um dos melhores filmes de temática educacional já realizados (e olha que têm outros muitos bons). Três décadas e meia depois continua atual, encerrando grandes lições, servindo de bússola para professores de mentes arejadas. Vale a pena ver e rever.