Texto: Roberto Almeida
A pandemia transformou a vida das pessoas em todo o mundo.
Com o isolamento, o risco de sair de casa, o corpo e a mente pedem socorro e é preciso encontrar novas formas de viver.
Ainda estamos nos adaptando à nova realidade e muitos parecem não querer aceitar o que está sendo imposto, não pelos governos, mas pelo vírus.
Desde que começou este pesadelo mundial, aumentaram os casos de depressão, de suicídios, de infartos e avcs.
O organismo reage de várias maneiras à imobilidade, à falta do abraço ou simplesmente à conversa na porta de casa ou no bar.
Praia, cinema, piscina, a comidinha no restaurante, o passeio no parque ou no shopping (nas cidades em que existem centros comerciais de compras), foram riscado do cotidiano da vida de muitos.
Viver entre quatro paredes é difícil, nos sentimos presos sem ter cometido nenhum tipo de crime.
Até as pernas sentem a falta de sair por aí...
Neste momento ajuda a convivência com a mulher, os filhos, os netos, para quem os tem.
Livros, filmes e música também ajudam muito. Os que não apreciam nenhuma forma de arte devem estar vivendo dias ainda mais difíceis neste período de turbulência da história da humanidade.
Temos uma capacidade de nos adaptar a diferentes situações maior do que nós mesmos imaginamos.
Já citei aqui mesmo um filme espanhol que relata uma história real de um homem que viveu 35 anos escondido num buraco feito na parede de casa, por conta do medo da ditadura franquista.
Muitos na Espanha passaram por isso naquele período tenebroso que o país europeu viveu.
Se pessoas passaram décadas nesta situação e sobreviveram, podemos aguentar um ano ou mais ao distanciamento social imposto pelo risco da doença.
A fé, as orações, certamente ajudam, confortam, consolam.
Deus é o arquiteto do universo, como dizem os maçons. É o próprio universo, é o princípio, o fim e o meio, como está no Bhagavad Guitá, livro que inspirou Raul Seixas e Paulo Coelho naquela canção popular.
Lao-Tsé, pensador chinês que viveu 600 anos antes de Cristo fala no Tao, no insondável, no divino que governa as nossas vidas sem que tenhamos capacidade de alcançá-lo, compreende-lo.
Enfim, como dizia Shakespeare, há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia.
Façamos um esforço para que corações e mentes consigam viver neste nada admirável mundo novo, que virou tudo de pernas pra o ar e torna igualmente frágeis pobres e ricos, brancos e negros, homens e mulheres, crianças e adultos, latino-americanos e europeus.
Deus é a esperança e ele dá sabedoria aos homens para fazer ciência, operar milagres, criar vacinas que podem salvar a humanidade.
Falta governo, mas somos fortes, muito mais do que pensávamos. Sigamos em frente. Chorando os que partiram, lutando pelos que continuam a jornada e são capazes de se renovar, de se reinventar, de acreditar, apesar de tudo.
Vamos vencer. É preciso ter fé em Deus e na vida. Na ciência, nos homens que querem o bem, que fazem a diferença, porque esses são os que nos auxiliam a fazer a travessia, a chegar do outro lado e recomeçar.
Amanhã será um outro dia.
*Imagem: A Gazeta