Josef Mengele ficou conhecido como Anjo da Morte por ter sido o responsável por milhares de mortes no campo de concentração de Auschwitz. Segundo o jornalista americano Gerald Posner, autor de um livro sobre o médico alemão, ele foi o mais sádico e cruel de todos.
“Como se estivesse brincando de Deus, Mengele selava o destino dos prisioneiros que chegavam a Auschwitz. Enquanto uns seguiam para o campo de trabalhos forçados, outros eram jogados nas câmaras de gás", disse Gerald, em depoimento à BBC.
Em Auschwitz, possivelmente o mais terrível dos campos de concentração criados pelos alemães, na década de 40 do século passado, o médico nazista fez experiências com mulheres grávidas, deficientes físicos e crianças, principalmente gêmeos.
Foram experimentos de arrepiar, atos monstruosos que vieram à tona após a libertação dos prisioneiros dos campos de concentração.
Com a derrota da Alemanha na II Guerra Mundial, Josef Mengele, como outras figura proeminentes do nazismo, conseguiu fugir.
Viveu no Paraguai, na Argentina e no Brasil, onde teria morrido afogado no litoral paulista, em 1979. Alguns contestam essa versão oficial, mas historiadores garantem que exames de DNA realizados confirmaram que o corpo encontrado em Bertioga foi mesmo o do monstruoso médico nazista.
FILMES – Livros e filmes foram produzidos sobre a vida de Josef Mengele. Destaque para o documentário “Josef Mengele, o Anjo da Morte”, de 2011 e “O Médico Alemão”, realização da argentina Lucia Puenzo, lançado no Brasil em 2014.
Lucia é filha de Luís Puenzo, conhecido por em 1986 conquistar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com “A História Oficial”, uma crítica à ditadura da Argentina da década de 70.
“O Médico Alemão” é um ótimo filme e retrata o tempo em que Mengele viveu no país vizinho. Ele conviveu com uma família de classe média e fez experimentos com a mãe grávida e a filha, uma menina de 12 anos que tinha problemas de crescimento. Ou seja: anos depois da derrocada de Hitler o médico continuava o mesmo, disposto a “brincar de Deus”, cultivando o ideal de uma raça pura, a ariana.
Revista Super Interessante, da editora Abril, publicou uma vez uma matéria com oito experimentos do médico alemão, para mostrar sua crueldade e grau de loucura.
Basta um exemplo para você se arrepiar:
Obcecado pelos segredos da genética humana, Josef Mengele tinha como cobaias favoritas gêmeos.
Quando chegavam ao campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, irmãos desse tipo eram logo separados dos prisioneiros. Recebiam “regalias”: exames de saúde, refeições mais completas, brinquedos, acomodação isolada. Mas logo a tortura começava… O médico queria determinar que características humanas eram genéticas e se elas podiam ser modificadas. Ele injetava tinta nos olhos dos gêmeos para tentar alterar a pigmentação da íris. Muitos sofriam uma infecção imediata. Alguns ficavam cegos. Quando as “cobaias” não lhe eram mais úteis, Mengele as matava, arrancava os olhos e os expunha na parede da sala.
Esse monstro, que viveu no Brasil por 17 anos usando nome falso, tinha gostos sofisticados: passava dias, recluso, lendo Goethe e ouvindo Strauss.