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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Aspas para José Augusto Maia: “sou candidato”

    


    Há poucos dias, numa entrevista ao “Podcast do Baibante”, inquirido pelos entrevistadores Mão de Fogo e Risadinha, o ex-prefeito José Augusto Maia foi taxativo: confirmou a candidatura a prefeito de Santa Cruz do Capibaribe em 2024. Nenhuma novidade na revelação, diriam muitos, mas a afirmação do fundador do grupo Taboquinha não foi apenas uma mera verbalização de um jogo de palavras sobre o ambiente político. O tom foi firme e decidido, sem a intercalação de “mas”, ”porém” “entretanto”... José Augusto parecia meio ansioso para ser questionado sobre essa candidatura. Isso dá um indicativo muito forte de que a fumaça já virou fogo e os cálculos eleitorais a serem feitos têm de considerar agora, além das três forças que disputaram em 2020, uma quarta chapa liderada pelo ex-prefeito. 

            Ao expor as “humilhações” por que passou, juntamente com seu filho Tallys, Zé Augusto dá um indicativo muito forte da irreversibilidade da candidatura e, consequentemente, da impossibilidade de, a essa altura, chegar a um entendimento com o prefeito. Não porque não queira, mas pela falta de gestos políticos de Fábio Aragão. A corda está tão esticada, que um recuo suscitaria questionamentos: a troco de que ele desistiria da disputa? Destaque-se que o termo “humilhações” não é da lavra de Zé Augusto e nem precisaria ser. A percepção é geral. Foi esse o tratamento dispensado por Fábio aos dois personagens.

              Além da clareza e objetividade das palavras de Zé, consideremos também as recentes entrevistas do seu filho Tallys, seguindo o mesmo tom e assertividade do pai na direção da candidatura no ano que vem. Muito diplomático, Tallys expõe abertamente a falta de consideração política do prefeito, sem esconder uma vírgula. Calma e didaticamente, detalha com todas as minúcias a passagem desses quase três anos do mandato do prefeito e seu desdém político para com a dupla de pai e filho. 

               È na serenidade de Tallys que está embutida a certeza da postulação de Zé Augusto, muito mais do que no explícito “sou candidato”. O filho sempre ressaltando a lealdade ao pai e se dispondo a qualquer papel: candidato a vereador, para fortalecer a chapa, ou, se for o caso, coordenador da campanha, sem entrar na disputa. Isso mostra claramente que o andor de Zé já percorreu uma distância que mais se aproxima da chegada que do ponto de partida.

          Até então, excetuando-se as recentes entrevistas, os questionamentos ficavam no “vai ser” ou “não vai ser” candidato, se conversará ou não com o prefeito, se aceitaria um convite do gestor para uma conversa, se a presença do filho Augusto na bancada do prefeito não desestimularia uma ruptura com Fábio e seu grupo Foguetinho. A novidade foi a revelação de Zé de que sua candidatura é prioridade de Marília Arraes e do próprio Solidariedade e, como tal, vai receber suporte do fundo partidário, para entrar na disputa com pretensão de vitória e não uma participação olímpica do tipo “o importante é competir”. Com todas as adversidades a enfrentar, principalmente no fortalecimento político do seu grupo, o ex-prefeito quer entrar , ser um ator tão importante quanto foram os vermelhos, os verdes e os azuis em 2020. A preocupação é contagiar a militância Taboquinha e demonstrar perspectivas de vitória, além, é claro, de desfazer o pensamento coletivo segundo o qual, sua candidatura seria apenas para dificultar a reeleição do prefeito Fábio.

       Além de toda sua experiência política, dos mandatos que exerceu como parlamentar, municipal e federal, da passagem pelo executivo como vice-prefeito e prefeito por dois mandatos, o “criador do Moda Center”, como se auto intitula, demonstra disposição e apetite pela vida pública, acha que,  além do que “já fez”, tem muitas ideias e iniciativas a sugerir ou executar. Como o prefeito o desdenhou, quer transformar, ele mesmo, as sugestões em realizações. Mas, um pequeno ingrediente parece ter sido fundamental na sua decisão de voltar a encarar as urnas, a votação que teve no ano passado. 

     Com uma campanha franciscana, Zé Augusto amealhou inacreditáveis (para os adversários políticos) quase 8.500 votos, um “Davi” se comparado a “golias” como Eduardo da Fonte. A sua candidatura deve mexer profundamente na disputa e o mais prejudicado com ela é, na percepção unânime de quem acompanha a política, o detentor atual da cadeira de prefeito. No estágio que está, a candidatura parece sem volta. Mas, deixemos 5% para a improbabilidade de um gesto do prefeito, como deseja o outro filho, Augusto Maia. Dentro desses 5% está também o valor da indignidade de aceitar uma migalha de última hora, caso algum estrategista do prefeito o convença do risco. Mas, Tallys já disse, nas rádios Vale e Comunidade: não aceita. E Tallys fala por Zé. Para este pai, a disputa embute também um componente de honra. Nem precisa dizer qual.

Gisonaldo Grangeiro, "cearense" de Pernambuco, agrestino do Polo, professor efetivo da Rede Estadual de Educação do Estado do Ceará e da Rede Municipal de Educação de Fortaleza. 

JOÃO CAMPOS LIDERA PESQUISAS E OPOSIÇÃO TENTA VÁRIAS CANDIDATURAS

 

   João Campos, Gilson Machado 
e Daniel Coelho

Prefeito do Recife, João Campos (PSB), lidera todas as pesquisas de intenção de votos, realizadas na capital, com relação à eleição do próximo ano.

Deputado João Paulo (PT), segundo colocado distante nas pesquisas feitas até agora, já decidiu que não entrará na disputa, Prefere se aliar aos socialistas.

A estratégia da oposição é lançar diversas candidaturas, na tentativa de tentar um segundo turno.

Vai ser difícil. Pelo andar da carruagem o filho de Eduardo Campos se reelege logo no primeiro turno, com mais de 60% dos votos.

Dentre os nomes cogitados para enfrentar João, estão os do Secretário de Turismo do Estado, Daniel Coelho, o bolsonarista Gilson Machado e a vice-governadora Priscila Krause.

Nenhum deles chega a 15% nas pesquisas.

Daniel, caso deixe o governo Raquel Lyra para enfrentar a disputa, pode estar querendo fortalecer seu nome na capital, para em 2026 tentar voltar à Câmara Federal.

Se não houver um fato novo, um episódio de comoção que mude a cabeça do povo, João Campos terá um novo mandato na prefeitura do Recife.

RAQUEL LYRA TROCA SETE SECRETÁRIOS EM MENOS DE UM ANO

 

Carolina Cabral

Com menos de um ano à frente do Governo de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), já trocou sete secretários (as).

A última mudança foi confirmada hoje, com a publicação do ato, no Diário Oficial, da nomeação de Carolina Cabral, que assume a Secretaria de Assuntos Estratégicos.

Ela comandava a pasta de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude. Carlos Braga, secretário executivo de Assistência Social, assumirá interinamente o lugar deixado vago por Carolina.

O primeiro a deixar o governo foi o Secretário de Cultura, Silvério Pessoa. Entregou o cargo às vésperas do Festival de Inverno de Garanhuns, por não ter autonomia para comandar o setor. Atualmente ocupa a função Cacau de Paula, filha do ministro André de Paula.

Depois da saída de Silvério, que pegou muita gente de surpresa, praticamente a cada mês houve uma mudança, revelando instabilidade na gestão.

Só para dar um exemplo, o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino, em quase três anos de gestão trocou apenas dois secretários. Assim mesmo uma das mudanças foi por conta da morte de Givaldo Calado, que comandava o setor de Turismo.

Como o slogan do Governo Raquel Lyra é "Pernambuco em estado de mudança", muitos levam as constantes trocas na equipe na brincadeira. "Está sempre em mudança mesmo", é o que se comenta a respeito das trocas no secretariado.

CANDIDATOS LIGADOS A BOLSONARO TERÃO POUCAS CHANCES EM PERNAMBUCO

 

Clarissa Tércio
Eduardo Cabral


Garanhuns deu a vitória a Lula, a Dilma e Fernando Haddad, em todas as disputas presidenciais de 2002 até 2022.

Se o PSDB não teve vez na Suíça Pernambucana, o PL de Bolsonaro menos ainda.

No próximo ano, na eleição para prefeito, candidatos ligados ao ex-presidente terão poucas chances de sucesso nas urnas. Em Garanhuns e na maioria das cidades de Pernambuco.

Aqui Eduardo Cabral, que integrou o Governo Bolsonaro, chegou anunciar sua pré-candidatura, com as bênçãos do líder da extrema direita.

Mas depois sumiu, não dá pra saber se levará o projeto adiante.

Quem poderá ser o representante do bolsonarismo em Garanhuns é o vereador Gersinho Filho, declaradamente pré-candidato a prefeito do município.

Dificilmente Eduardo, Gersinho ou qualquer outro nome da direita terá vez na Terra de Simoa Gomes.

A disputa, possivelmente, ficará entre o atual prefeito, Sivaldo Albino (PSB), aliado do PT de Lula, e o deputado Izaías Régis (PSDB), líder de Raquel Lyra na Assembleia Legislativa.

Izaías votou e pediu votos pra Bolsonaro em 2018. Em 2022 seguiu Raquel, ficando em cima do muro.

Mas faz poucos dias indicou o ex-vereador Thiago Paes, bolsonarista de primeira hora, para a direção da Funase.

Em Caruaru, o provável candidato do bolsonarismo será o deputado Fernando Rodolfo (PL).

Nas pesquisas feitas na capital do Agreste o parlamentar aparece com percentuais insignificantes. O atual prefeito, Rodrigo Pinheiro, por enquanto é o favorito.

Um levantamento feito pelo blog Pernambuco agora aponta alguns prováveis candidatos a prefeito representando o pensamento político do ex-presidente, que está inelegível.

Mano Medeiros, prefeito de Jaboatão dos Guararapes, tentará a reeleição, com apoio da família Ferreira, bolsonarista raiz.

Apesar de estar no poder, Mano está atrás nas pesquisas.

Gilson Machado (PL), ex- Ministro de Bolsonaro, pretende disputar a prefeitura do Recife.

Eleição na capital deve ser decidida logo no primeiro turno, com provável reeleição de João Campos (PSB).

Gilson pode repetir Alberto Feitosa, que foi candidato no Recife em 2020 e não chegou a 2% dos votos.

Deputada Clarissa Tércio (PP), direitista de carteirinha, é pré-candidata em Jaboatão. Poucas chances de emplacar.

A situação de Junior Tércio (PP) em Paulista é a mesma, outros nomes são mais cotados na cidade da Região Metropolitana.

Isabel Urquiza, filha de Jacilda, que já foi prefeita de Olinda, é pré-candidata na cidade histórica.

Ex-deputada Marília Arraes, caso fosse candidata, o que não deverá acontecer, possivelmente teria mais chances, mas teria de superar o nome a ser apresentado pelo prefeito, professor Lupércio.

Enfim, ainda na Região Metropolitana, tem o pastor Cleiton Collins (PP), pré-candidato em Ipojuca. 

De todos esses nomes aí talvez nenhum deles consiga êxito. Pernambuco deu perto de 70% dos votos a Lula na eleição do ano passado.

O presidente é um bom cabo eleitoral, o ex-presidente nem tanto.

Pode ser que ganhe em uma das cidades, dependendo das circunstâncias. Será difícil, porém.

Em Garanhuns e Caruaru, estou certo as chances são quase zero.

Nos municípios pequenos, no entorno de Garanhuns, a situação não é muito diferente.

O bolsonarismo pode obter vitórias em estados do Sul e Sudeste, mas no Nordeste não terá vez. Felizmente.

Gilson Machado
Fernando Rodolfo