Os políticos brasileiros estão cada vez mais especializados em tomar posse de demandas sociais, transformando-as em mera “bandeiras eleitoreiras”.
Os exemplos são muitos, passando pela luta contra o racismo, a violência contra mulheres, a homofobia, ao consumo de drogas, a pedofilia etc, todas ostensivamente utilizadas como instrumento de cooptação de votos por alguns políticos que cinicamente optam por se tornar verdadeiros gigolôs de causas populares.
O mais recente episódio para comprovar a veracidade dessa tese, ocorreu recentemente, quando alguns políticos espalhados por esse Brasil Tiririca, resolveram tirar proveito da passagem do dia 20 de Novembro, data representativa da “consciência negra”, para fazer média com a tal “população afrodescendente”.
Para começo de conversa, o brasileiro, de uma forma geral, não tem conceito de raça, prendendo-se única e exclusivamente a cor da pele, para determinar se alguém é negro, com suas muitas variações, ou branco. Na ânsia de “ficar bem com a comunidade negra”, muitos são os políticos que, de forma irresponsável, posto que sem qualquer embasamento de impacto econômico, optam por defender que o 20 de novembro, tradado como “Dia da Consciência Negra”, seja decretado como feriado.
Tá tudo muito bem, tá tudo muito bom, mas eu só queria ver o que aconteceria se alguém propusesse a criação de um “Dia da Consciência Branca”? Seguramente o aloprado seria, no mínimo, acusado de racista. Daqui a pouco vai ter um “maluquinho” propondo o “Dia da Consciência Amarela”, para fechar o ciclo (afinal, já temos o dia do índio). Daí em diante, como nesse Brasil tudo é possível, poderemos ter políticos propondo a concepção de datas comemorativas para os gordinhos, os baixinhos, os vesgos, os “papudinhos”, os feios e “otras cositas más”...
POR JÚLIO FERREIRA