Centenas de anos marcam a História do Brasil sob a égide da escravidão aceita como contrato social, inicialmente dos indígenas e depois em escala muito maior pelos cativos arrastados da África para cá em navios tumbeiros, acomodados como sardinhas enlatadas, carga viva chegava com carga morta, para atender aos interesses da classe dominante.
Uma vez desembarcados eram “arrumados” e vendidos em feiras como se vende hoje uma ovelha ou um boi, os fugitivos, passavam por flagelos no tronco e depois tinham suas feridas “tratadas” com sal grosso, sumo de limão e urina, a máscara de folha de flandres era instrumento que lhes impedia a alimentação e que aumentava gradativamente a ansiedade e causava ferimentos no rosto, mutilações, correntes que marcaram o corpo e alma do processo de formação do nosso país, e de todos os outros lugares do globo por onde passou o cancro da escravidão.
Identidades formadas na violência, não podem colocar o vigiar e punir na vitrine em pleno século XXI, as leis possibilitam melhorar o convívio entre os homens e não para coagir os mesmos, portanto, defender a Educação pela punição física, subestimar o papel essencial dos conselheiros (as) tutelares e fazer do ECA um escrito qualquer é um contributo para o atraso, embora a maioria que fala da lei nunca leu nem conhece suas benfeitorias, e isto é parte do resultado da amplificação na internet de especialistas de grupo de WhatsApp, é claro que todo e qualquer pai e mãe tem o direito de educar seus filhos como bem entendem, porém, não será na base da pancada que as mentes serão forjadas para um futuro melhor.
Alguns defendem que quando jovens apanharam dos pais e por isso são pessoas de bem, a maioria destes hoje não bate em seus filhos, e se fazem uma análise um pouco mais cuidadosa, verão que o que lhes deu dignidade foram os ensinamentos e o exemplo na família, e não as pancadas recebidas, quem quer a paz se prepare para a Paz, se podemos promover a guerra, a Paz também é possível. Portanto, que isso comece nos lares, e com urgência, que tal começar com aquele abraço que não foi dado faz um bom tempo? No mais fica o dito para ser reescrito e ponto final.
Professor Rimário
Graduado em História, Pós-graduado em História Contemporânea, Pós-graduado em Ciências da Educação.
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