Quando da inauguração simbólica ou popular da transposição das águas do Rio São Francisco, no domingo, dia 19, em Monteiro (PB) o ex-presidente Lula disse para a multidão, mas como se estivesse confidenciando um segredo para o governador paraibano Ricardo Coutinho:
“Em 1989, quando disputei a eleição de presidente pela primeira vez, tive uma conversa com Miguel Arraes que nunca vou esquecer. Ele me disse, naquela ocasião: Lula se você for presidente vai ter que fazer duas coisas: a transnordestina e a transposição do Rio São Francisco”.
Ficou claro, assim, que a opinião de Arraes teve muito peso e foi levada em conta por Lula quando enfim chegou à presidência em 2002.
Dom Pedro II prometeu gastar as joias da coroa para fazer a obra de transposição, porém nunca levou à frente o projeto, que começou a ser discutido no século XIX.
Depois veio a República, nenhum presidente teve coragem e determinação para realizar tão grande obra e somente Lula, com sua origem nordestina, enfrentou o desafio e iniciou os trabalhos, embora criticado por diversos setores inclusive do PMDB, PSDB e até da Igreja.
Agora que as águas já estão chegando em estados como Pernambuco e Paraíba, todo mundo bate palmas e quer ser o “pai da criança”.
Michel Temer e seus aliados querem fazer crer que uma obra que se arrasta há 10 anos foi feita em apenas seis meses.
Mas o povo não é tão bobo quanto se pensa e por isso recebeu o peemedebista com frieza e indiferença, chegou a vaiá-lo, enquanto o petista foi aclamado por mais de 100 mil pessoas.
E Lula, de forma digna, ainda arranjou no seu discurso um momento para dar o crédito a Arraes. E a fala do ex-presidente foi testemunhada por uma neta do ex-governador, a vereadora recifense Marília, prima de Eduardo Campos.
*Teresa Maia fez para o Diário de Pernambuco, em 2002, a foto histórica de Arraes e Lula, que ilustra este post.
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