Lançado em abril de 2014, o programa Transformar, sediado na Casa da Cidadania, continua desenvolvendo suas atividades de recuperação e ressocialização dos dependentes de drogas. A Prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe, através da Secretária de Cidadania e Inclusão Social, não tem medido esforços para que as pessoas que aceitem passar pelo tratamento, tenham condições de reassumir o controle de suas vidas. O trabalho da equipe começa com a abordagem e se consolida quando o dependente químico se propõe de forma espontânea a entrar no programa.
“Quando iniciamos o Transformar encontramos pessoas sem condições alguma de sobreviver, como elas mesmo relatam, mas hoje estão restauradas e inseridas no convívio social e familiar, só não recuperamos mais usuários porque eles tem que vir para o programa por vontade própria” frisou a secretária de Cidadania e Inclusão Social, Alessandra Vieira. Segundo dados da Casa da Cidadania essa adesão espontânea acontece em 80% dos casos por intermédio de outros dependentes.
O Transformar também atura na área civil dos usuários que chegam ao programa sem qualquer documentação, raras recordações de sua origem e uma assistente social busca informações que devolvam a sua identidade. “Muitos usuários que chegam até nós são oriundos de outros municípios e estados. Essa busca leva tempo e requer uma atenção especial, a partir do conhecimento das informações fazemos contato com seus familiares”, descreveu a diretora do Transformar, Andréa Ferreira. Entre janeiro e agosto deste ano foram prestados 250 atendimentos e 18 encaminhamentos para internação em ONGs ou instituições religiosas. Nos últimos três meses, o crack com 59,1% e o álcool com 40%, foram as substâncias mais utilizadas pelos usuários.
A redução de danos, por meio da higienização e alimentação adequadas, assim como pela orientação e intervenção psicológica, também tem sido um dos víeis utilizado pelo programa para devolver a dignidade humana aos usuários. “A diminuição no consumo de entorpecentes acontece, entre outros aspectos, devido ao preenchimento do tempo dos usuários com atividades que exigem um nível maior de atenção. Oferecemos terapias ocupacionais como oficinas com garrafa pet, fuxico e sabão em barra e líquido, além de acompanhamento individual”, explicou a psicóloga Marcinéa Nascimento.
O cumprimento dos horários e das atividades fazem com que o usuário readquira o senso de responsabilidade e disciplina. Uma ação de cunho psicológico, que se integra aos hábitos de alimentação saudável proposto pela nutricionista Carla Costa. “Somos abastecidos semanalmente com seis tipos de carnes e quinzenalmente com gêneros secos, frutas e verduras, entre outros mantimentos, o que nos possibilitou desenvolver um cardápio balanceado e rico em nutrientes,” declarou a nutricionista. Diariamente são oferecidas duas refeições e um lanche, horários para descanso e higienização pessoal.
Ainda nos cuidados da saúde dos frequentadores do Transformar, mensalmente uma equipe do CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) realiza exames de DSTs e orientação sobre essas doenças.
A cozinheira Elenice Soares é umas das pessoas responsáveis pela humanização do Transformar. “Sou grata a Deus pela oportunidade de trabalhar com essas pessoas. Tenho um amor incondicional por eles, independentemente de seus atos, muitas vezes quando estou em casa eles chegam pedindo ajuda e eu venho com todo prazer”, contou Elenice.
Atualmente, a faixa etária dos 36 aos 45 anos representa 50% dos usuários do Transformar. “Agradeço a Deus e a todos que fazem parte do Transformar por terem me incentivado a mudar de vida. Antes eu vivia bêbedo, drogado, largado pelas calçadas e rejeitado pela família, depois do programa eu mudei completamente de vida, conseguiu um emprego e até me casei,” frisou Luiz Cláudio. História semelhante e o desejo de sair do vício trouxeram o senhor Fernando Adilson até a Casa da Cidadania após quatro tentativas malsucedidas em clínicas de recuperação. “Eu tava no fundo do poço, sem perspectivas de mudança, até conhecer o Transformar. O acolhimento, o calor humano, o respeito, o carinho e o amor com das pessoas trabalham aqui estão me ajudando a sair daquela vida,” declarou Fernando.
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