Portugal já dividiu o mundo com a Espanha e suas caravelas estavam sempre ao mar, em busca de novas conquistas.
Um dia chegaram ao Brasil, um país imenso que colonizaram, de onde tiraram muitas riquezas até que o jovem país deu seu grito de liberdade.
Nos tempos atuais o Brasil é um gigante cheio de problemas e Portugal um país pequeno, com apenas 12 milhões de habitantes, sendo considerado o “primo pobre” da Europa.
França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Holanda, Suécia, Suíça, Noruega são realmente países de primeiro mundo, enquanto Portugal parece ter absorvido um pouco do sentimento terceiro mundista dos que colonizou.
Até países do Leste Europeu, que estiveram sob o jugo comunista, parecem nos tempos atuais estar à frente da nação que já constituiu um império.
Polônia, Hungria, a Romênia, Croácia e República Checa não estariam hoje à frente de Portugal?
Infelizes dos portugueses, que durante anos estiveram sob o jugo de uma ditadura fascista comandada por Salazar.
Veio a revolução dos cravos, a democracia foi reconquistada, mas Portugal não voltou a ter sonhos de grandeza, tendo de se contentar com o que representa na História, as suas belezas, sua cultura, os monumentos que lá são guardados como tesouros, para que outros povos europeus, brasileiros, uns poucos argentinos e americanos possam admirar.
E o futebol? O Brasil filhote de Portugal aprendeu a jogar o esporte como poucos, ganhou cinco copas do mundo, encantou até quando não levou, como em 1982, com a seleção de Telê.
Os portugueses tiveram um bom time em 1966, quando venceram times de tradição e o próprio Brasil, além de ter revelado para o mundo o seu Pelé, um jogador extraordinário de nome Eusébio.
E só. O Benfica, o Sporting e o Porto não viraram marcas internacionais, como o Barcelona e o Real Madri (da Espanha), e nem mesmo um único título da Eurocopa Portugal conquistou, para dar uma alegria ao seu povo na modalidade esportiva que se tornou universal.
A história mudou neste domingo, quando o país de Luís de Camões, de Fernando Pessoa, de Florbela Espanca quebrou um tabu de 41 anos e venceu pela primeira vez nas últimas quatro décadas a seleção francesa.
E mais: foi na casa do adversário, quando toda a imprensa internacional considerava os descendentes de Napoleão como favoritos.
E tem mais: a vitória por 1 x 0, com um gol de Éder, aos cinco minutos do segundo tempo da prorrogação valeu o título da Eurocopa para Portugal, o primeiro deles, pois o mais perto que tinha chegado dessa conquista foi quando decidiu em casa, contra a Grécia e inesperadamente foi derrotado.
Foi uma vitória da humildade, da raça, da coragem do seu treinador de no final do jogo fazer substituições que tornaram o time mais ofensivo e ganhar uma partida que caminhava para ser decidida nos pênaltis.
Portugal venceu seu título mais importante no futebol, seus jogadores e seus torcedores pareciam crianças, pareciam nem acreditar no que estava acontecendo, principalmente o craque da equipe, Cristiano Ronaldo, substituído logo no primeiro tempo porque se machucou durante o jogo.
O futebol às vezes proporciona momento bonitos de pura emoção, com surpresas, reviravoltas e superação.
Neste domingo foi assim. Portugal ficou à frente dos campeões mundiais Alemanha, Itália, França e Espanha.
Nós brasileiros, que temos um pedaço português dentro de nós, também ficamos alegres, até porque a própria seleção nacional anda nos entristecendo mundo afora, graças a incompetência dos cartolas e a treinadores superados e teimosos como Dunga e Felipão.
É festa portuguesa com certeza. A Eurocopa também é um pouquinho nossa.
Viva Portugal.
*Foto: El País
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