Se o presidente da República convocou o povo às ruas, dia 15 de março, contra o Congresso e o STF, a sociedade reagiu e está organizando manifestações, em defesa da democracia, nos dia 8, 14 e 18 do mesmo mês.
Isso mostra que a divisão ideológica no Brasil continua. De um lado, os que apoiam um projeto de cores fascistas, autoritário e preconceituoso, com um governo voltado para os muito ricos e que pretende "colocar o pobre em seu devido lugar".
No outro espectro político, personagens que defendem a democracia, o respeito a constituição, liberdade de imprensa e um governo que atenda as necessidades da população.
Manifestação pró-Bolsonaro visa reforçar o mito, dar-lhe mais poderes, criminalizando o Legislativo e o próprio Supremo Tribunal Federal. Ora, sem a divisão dos três poderes e o respeito constitucional não há democracia, o Brasil corre realmente o risco de virar uma Venezuela, de dar novamente um salto no escuro, ser dominado totalmente pelas trevas.
Por isso as mulheres vão se mobilizar no seu dia, o 8 de março. Muitas entendem que o atual governo as discrimina e não as representa.
No dia 14 de março, as manifestações nas grandes capitais, principalmente no Rio de Janeiro, têm como motivação os dois anos do assassinato da vereadora Marielle Franco. Tanto tempo passado, ainda não descobriram quem foram os mandantes do crime.
Por fim, no dia 18, a manifestação é geral, envolvendo mulheres, negros, homossexuais, trabalhadores, partidos políticos, centrais sindicais, organizações da sociedade civil. É um não ao fascismo, às agressões contra a imprensa, à tentativa de liquidar a nossa democracia, tão duramente conquistada.
A grande mídia, que colaborou para que o Brasil chegasse a este ponto, certamente não vai divulgar tanto essas manifestações. Caberá então à imprensa alternativa, aos brasileiros e brasileiras conscientes, nas ruas, nas redes sociais, nas universidades, nos colégios, nos estádios, nas igrejas, em todos os lugares, colaborar com a mobilização não em defesa de partido A ou B, de pessoas ou líderes carismáticos, mas da democracia como valor universal.
Ditaduras são terríveis, promovem o sofrimento da maioria. Retiram o que temos de mais precioso que é a liberdade de falar, de concordar, de discordar, de se reunir, de ser sujeito da própria história.
Por isso que é importante soltar o grito, dar as mãos e dizer: "Ditadura nunca mais!".
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