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domingo, 28 de junho de 2020

A VIGÉSIMA QUINTA HORA: O ROSTO DE HITLER ERA UMA MÁSCARA DE SANGUE...


Por Altamir Pinheiro
A Vigésima Quinta Hora, assim como outros livros e  filmes que se têm, leem-se ou assistimos  sobre  o nazismo, são coisas que nos levam a pensar na nossa condição humana de urgenciar nossa liberação de preconceitos. Obviamente, a obra-base, o livro que é um romance de um  escritor romeno  é muito superior, mais trágica, forte, filosófica, triste e sofrida, mas o filme traz uma ótima adaptação. A película cinematográfica  é exageradamente brutal em razão de  um simples romeno, vira judeu, depois nazista e tudo isso pra virar romeno de novo, tornando-se numa  jornada maluca. Na verdade,  é um episódio trágico mas com um final triste e feliz ao mesmo tempo. No seu romance — que virou filme igualmente bem-sucedido do mesmo ponto de vista que qualifica os best-sellers —, o padre da Igreja Ortodoxa e escritor Constantin Virgil Gheorghiu deixa uma mensagem  bem clara que só há um motivo para explicar tudo isso:  O ROSTO DE HITLER ERA UMA MÁSCARA DE SANGUE...
A sinopse do filme que tem uma duração de uma hora e meia, trata de uma Romênia do ano  1939,  que tem em Johann Moritz(muito bem interpretado pelo ator mexicano Anthony Quinn que morreu em 2001 aos 86 anos). No enredo,  um simples camponês, é falsamente rotulado como um judeu e enviado para um campo de concentração nazista. O homem responsável pela deportação é um policial do distrito, que cobiça Suzanna, a mulher de Johann. A fim de salvar sua casa de ser confiscada como propriedade judaica, ela é forçada a se divorciar. Dezoito meses mais tarde Johann escapa para a Hungria, mas as organizações de refugiados judeus se recusam a ajudá-lo, porque ele insiste que não é judeu. Capturado, é ironicamente considerado por um coronel nazista, como um exemplar-modelo de ariano (medem seus ossos, nariz, rosto, etc.) e obrigado a alistar-se como um soldado da SS. Ele acaba por passar toda a guerra, sem entender os motivos, de tudo aquilo que lhe está acontecendo, nem as razões do conflito mundial.
O professor de geografia, Jesus Curado, tem uma tese bastante interessante, diz ele: “A mulher pode ser para o homem, motivo de salvação ou de perdição. Isso vale para a vida real, tanto quanto para a literatura. Na literatura talvez com um pouco mais de ênfase, que na vida real. Mas a regra vale para ambos. Helena com sua beleza inigualável, foi a perdição de Troia. E Susana foi a perdição de Johann Moritz”. Moritz e Susana, são personagens do livro que se transformou em filme. Foi por causa de Susana, que o pobre aldeão foi lançado num campo de concentração. Johann Moritz, nada fez, nem mesmo era judeu. Seu único pecado foi se casar com uma mulher bonita, Susana, que caiu nas graças de um capitão da SS, que para ficar com Susana, mesmo que a força, tinha que ter o caminho livre e Moritz era o empecilho para que ele alcançasse o seu objetivo. Alguém já disse que a alma da mulher tem algo de obscuro, de misterioso... Será?!?!?!
O desenrolar do filme é um clássico da incompreensão. Tudo isso em razão de, o camponês Moritz, interpretado por Anthony Quinn estava casado com a linda Suzanna (Atriz Virna Lisi) e levava vida normal, alheio aos embates dos tempos modernos. No filme, há um escritor que se tornou amigo do protagonista Quinn e a certa altura  ele desabafa para o amigo: “O Ocidente criou uma sociedade semelhante a uma máquina. Obriga os homens a viverem no seio dessa sociedade e a se adaptarem às leis das máquinas”. Mais afinal, por que o título do livro ou do filme é a vigésima quinta hora? Nas entrelinhas, toda a história nos faz crer ou  diz que esta é a hora em que nada mais poderá ser feito. Nem um Messias vai salvar a humanidade na vigésima quinta hora. O dia tem apenas 24 horas, numa alusão de que o que tem que ser feito deve ser feito enquanto for possível. Depois, não adianta mais. O tempo se esgota. VIGÉSIMA QUINTA HORA É um filme penoso, revoltante,  que provoca indignação, mas serve para o telespectador concluir que cor era a máscara usada pelo ditador Hitler.   Vale a pena assisti-lo.

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