Essa realidade fica clara no documentário “O Dilema das Redes”, lançado em 2020, que se popularizou depois que passou a fazer parte do catálogo da Netflix.
Não há exagero no que o filme mostra e estamos informando aqui. Os dados sobre manipulação, com objetivo de gerar dinheiro, lucros, para os que dominam as ferramentas da internet, são repassados por ex-executivos de empresas como Google, Facebook e Instagram.
Usuários do YouTube, WhatsApp e outras ferramentas da net estão igualmente expostos aos “efeitos colaterais” do sistema de mídias sociais.
Um dos entrevistados do programa foi o psicólogo Jonathan Haidt. Segundo ele, as redes têm relação direta com a explosão de casos de depressão e ansiedade, especialmente entre crianças e adolescentes.
No documentário o fato é ilustrado com o caso de uma menina que cai em depressão depois de receber uma crítica sobre uma característica física. A tendência se reflete nos recordes de suicídios infantis registrados nos últimos anos.
“O Dilema das Redes” mostra que no mundo virtual “fake news se espalham seis vezes mais rápido do que notícias verdadeiras”. Essa é a conclusão de um estudo feito nos Estados Unidos.
As notícias falsas têm alcance amplificado nas redes graças à paranoia em manter usuários expostos a anúncios. “Criamos um sistema que privilegia as informações falsas, porque as informações falsas rendem mais dinheiro às empresas do que a verdade", disse um dos entrevistados no programa.
Até mesmo o Brasil é citado no documentário, que dá a entender que a eleição de Jair Bolsonaro se deu graças a essa realidade de fake news criada pelas redes sociais.
Os profissionais que opinaram no programa não parecem muito otimistas e acreditam que os países podem entrar em guerra civil e governos autoritários se instalarem graças à manipulação do mundo digital.
Algumas dicas para que possamos nos proteger da escravização das redes sociais são repassadas e foram sintetizadas no site BBC News:
1) As notificações, segundo o “O Dilema das Redes”, representam a principal ferramenta de manipulação. A sugestão dos entrevistados é desativá-las – assim, você vai até a rede social quando quiser, e não o contrário.
2) Não embarque nas recomendações de vídeos ou conteúdos sem refletir. De preferência, faça você mesmo as buscas pelo que você se interessa. As indicações costumam seguir uma lógica criada para chamar anunciantes, e não necessariamente para informar.
3) Siga pessoas ou páginas com as quais você não concorda. Assim, você "fura a bolha" e é estimulado a aprofundar conhecimentos, se questionar sobre as certezas absolutas e aprender com a diferença – mesmo que ela desagrade.
4) Desconecte-se uma hora antes de ir pra cama. Deixe o celular, o tablet e o laptop em outro cômodo e em modo avião.
5) Valorize os seus cliques e o seu tempo. A maneira como você se relaciona com uma publicação vale "ouro". É assim que as redes ganham dinheiro, portanto leve isso em conta antes de clicar em um anúncio ou publicação indicada.
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