Do blog Fala PE:
Faltando menos de quatro meses para 2022, o PSB, partido que governa Pernambuco desde 2007, se vê em uma situação inimaginável até pouco tempo. A legenda do lendário Eduardo Campos ainda não tem candidato a governador às portas do ano eleitoral, onde sua hegemonia política será posta em xeque. Até o momento, nos bastidores, quatro nomes despontam na bolsa de apostas para o tão sonhado posto de condutor da Frente Popular. A Coluna Fala PE de hoje falará desses quadros que os socialistas vão oferecer a Pernambuco.
Tido como o nome natural do PSB à sucessão do governador Paulo Câmara, o ex-prefeito do Recife, Geraldo Júlio, só não será o candidato se não quiser. Apesar de já ter negado duas vezes em comunicados à imprensa, o atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico continua em primeiro lugar, segundo apontam todas as fontes do meio político. Até porque o PSB não preparou outro nome para a disputa. E lançar alguém que não seja Geraldo é visto por muitos como improviso.
Principal assessor de Eduardo Campos e especulado lá atrás para sucedê-lo, antes do chefe o lançar à Prefeitura do Recife, Geraldo projetou toda a sua carreira política para chegar a ser governador. É o principal braço operacional das vitoriosas campanhas estaduais do PSB. Muitos dos quadros que estão em postos de relevância no Estado, hoje, são do seu grupo político. E ainda que ele continue a negar, para evitar o desgaste, o consenso nos bastidores é que trata-se de uma estratégia de preservar-se, para, no início do ano, assumir a candidatura. Vamos aguardar.
Caso Geraldo realmente tenha desistido de concorrer ao Palácio do Campo das Princesas, outros três nomes surgem como alternativa na bolsa de apostas. Dois com mais força; outro com menor intensidade. Atual secretária de Infraestrutura de Pernambuco, a engenheira Fernandha Batista é a queridinha dos prefeitos da Frente Popular. Com um orçamento de R$ 5 bilhões na sua pasta, Fernandha tem rodado o estado com Paulo Câmara iniciando e entregando obras como estradas e ações de abastecimento hídrico; ambas as áreas com forte apelo eleitoral.
Além disso, Fernandha tem outros pré-requisitos a seu favor. É mulher – Pernambuco nunca teve uma governadora -, o que pode equiparar uma potencial disputa contra a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, ou contra a deputada federal Marília Arraes; é outsider, portanto, sem as máculas associadas aos políticos. Inicialmente ligada a Geraldo, a secretária é hoje mais vista como um quadro do PSB.
Se Fernandha Batista é a preferida dos prefeitos, o seu colega secretário José Neto (Casa Civil) é o predileto dos deputados estaduais. Querido por todos no governo e fora dele, de perfil discreto, Zé Neto pacificou a Casa Civil, e, ao contrário dos seus antecessores, administra com maestria a relação com o Legislativo, que, naturalmente, sempre é tensa. Zé atende a todos; é atencioso e cumpre com a palavra.
Auditor de carreira do Tribunal de Contas, José Neto é o melhor amigo de Paulo Câmara, seu colega de turma no TCE. Sua indicação ao posto de candidato a governador da Frente Popular, se ocorrer, terá todo o aval do atual mandatário. Se o atual chefe da Casa Civil for o escolhido, essa escolha, certamente, deve ser lida como a continuação do grupo de Paulo Câmara no comando do Estado.
A quarta opção é um velho conhecido do PSB: o deputado federal Tadeu Alencar, que, aliás, já foi pré-candidato a governador em 2014, quando acabou sendo preterido por Paulo Câmara. Tadeu era o preferido de Eduardo Campos à época. Mas, após um longo processo de fritura feito pelos próprios colegas de partido, acabou perdendo a vaga para o então secretário da Fazenda.
Tadeu é pai do esposo da filha mais velha de Eduardo e Renata Campos, Maria Eduarda. Além disso, tem laços familiares com os Arraes de Alencar. Isso faz dele o mais próximo à viúva do ex-governador. Além disso, o deputado federal tem como destaques favoráveis dois mandatos de relevância em Brasília. Também é bem posicionado junto à cúpula nacional do partido.
É muito difícil que o candidato a governador da Frente Popular não saia dessas quatro opções. Todas, vale salientar, com credenciais para conduzir os destinos do estado. Com o afunilamento do processo, logo, logo nós veremos um desses nomes alçado ao papel de protagonista da aliança estadual. Não esqueçam que, quando se trata de ganhar eleições em Pernambuco, nenhum partido, hoje, é mais competente que o dos herdeiros de Eduardo Campos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor, registrar E-mail