Em um Brasil que gasta rios de dinheiro em campanhas destinadas a conter os prejuízos, físicos e financeiros, causados pelo elevado consumo de álcool, vejo com imensa surpresa o fato de uma indústria de bebidas haver conseguido junto aos órgãos públicos a autorização para lançar no mercado um espumante infantil, o Spunch, que apesar de ser um refrigerante frisante, é vendido em uma embalagem no mesmo formato dos espumantes da marca, com direito à rolha e tudo, além do que contando com o apelo de trazer rótulos onde estão estampados personagens da Disney, para motivar a garotada a brindar como os adultos nas festas de final de ano.
Isso, além de ser um absurdo, é um contra-censo, pois a venda desse “espumante de brincadeirinha” fará pelas nossas crianças o mesmo mal que antes faziam as armas de brinquedo e aqueles antigos “cigarrinhos de chocolate”, que foram acertadamente proibidos de comercialização, através de lei específica.
Eu só espero que, no rastro dessa inconcebível liberação do “espumante infantil”, não seja revogada a proibição da venda de armas de brinquedo e cigarrinhos de chocolate, pois em assim sendo, nada impedirá que algum outro fabricante inescrupuloso tente liberar a venda de algum outro tipo de tipo de “cigarro doce”, quem sabe com o formato (só o formato) de “cigarrinhos do capeta”, ou alguma substância adocicada, capaz de permitir que crianças “brinquem” de fazer “carreirinhas brancas”.
É por essas e por outras que, diante do silêncio de uma sociedade omissa e/ou resiliente, o Brasil está virando o “pais da esculhambação”
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