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domingo, 22 de setembro de 2013

O JOGO COMEÇOU PRA VALER


Há cerca de um ano, quando começou a se credenciar para disputar à Presidência da República, o governador Eduardo Campos (PSB) aos poucos foi se afastando da presidente Dilma Rousseff (PT) que, caso não ocorra nenhum grande fato novo, deve mesmo tentar a reeleição para comandar o país por mais quatro anos e tentar estender o governo petista para 16 anos no Brasil. O detalhe é que as ‘intrigas' entre o governador e a chefe do Executivo nacional também giraram no pouco espaço conquistado pelos socialistas dentro do Governo Federal (o Ministério da Integração e a Secretaria dos Portos), enquanto que a presidente cada vez aumentava a influência do PMDB e de lideranças como os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney (PMDB-AP).

Com um discurso que o "Brasil pode avançar mais" em várias áreas, Eduardo Campos começou a percorrer o país e apresentar a possibilidade de um ‘novo na política'. Nas suas palestras, ele tem cada vez mais atraído a presença de empresários e políticos, que se impressionam com a popularidade do gestor, que foi reeleito com a maior votação do país, passando dos 82% dos votos válidos. Nas pesquisas do instituto Opinião, Campos também vem liderando há vários anos como o melhor governador do Brasil e seus índices de aprovação sempre passam da casa dos 70%, chegando, inclusive, aos 80%, dependendo da época dos levantamentos.

Esta semana, mais uma vez o governador dividiu as atenções da cena política do país, quando, como presidente nacional do PSB, anunciou a retirada de seu partido dos cargos que ocupava, incluindo os de segundo escalão, como a presidência da Chesf, que vinha sendo tocada pelo engenheiro João Bosco Almeida, um dos homens de confiança de Eduardo Campos. A meta do governador era sair do governo em 2014, quando o seu partido deverá lançar seu nome como candidato a presidente, mas a acusação de fisiologismo implantada pelo PT fez a bancada antecipar o cenário.

Aos poucos as definições vão ocorrendo e, na próxima segunda-feira (23), o PT deverá anunciar ou não sua saída dos cargos que ocupa nos governos socialistas, a exemplo de Pernambuco, onde a legenda ocupa as pastas de Cultura, com Fernando Duere, e a de Transportes, com o deputado Isaltino Nascimento. Também existem cargos importantes na Prefeitura do Recife que serão debatidos nas reuniões das executivas nacional e estadual. Há também a possibilidade dessas definições só ocorrerem no final da próxima semana, quando a presidente Dilma Rousseff volta dos EUA, onde foi participar de um congresso da ONU.

No campo da sucessão estadual também fica a expectativa, já que tudo depende das movimentações nacionais. Não há como negar que falta um ano para a eleição, mas o jogo já começou para valer e, nessa partida de xadrez, quem mexeu a primeira peça foi o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. (Texto publicado como Editorial do Jornal Vanguarda de Caruaru. Foi enviado ao blog pelo amigo radialista e jornalista José Torres, que mora na Capital do Agreste).

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