Como já é tradicional, a final do Mundial de Clubes
da FIFA encerrou as atividades do calendário oficial do futebol.
Geralmente, a final fica com a disputa entre o clube sul-americano
campeão da Libertadores e o time europeu campeão da Champions League,
pois invariavelmente são os times mais qualificados. Neste ano, não foi
diferente e tivemos uma disputa entre San Lorenzo de Almagro da
Argentina (o time do Papa Francisco) e Real Madrid da Espanha.
A qualidade e característica de jogo do Real Madrid
dispensam comentários, pois traz em seu DNA o que há de mais moderno no
mundo do futebol. O Real comandado pelo italiano Carlo Ancelotti tem
entre outras estrelas Cristiano Ronaldo, Karim Benzemá, Gareth Bale e o
recém-contratado James Rodriguez que foi a revelação da Copa do Mundo.
James agregou mais técnica ao elenco merengue e os tornou muito mais
próximos do estilo moderno de jogo com predominância da posse de bola.
Agora o Real Madrid é uma equipe mais centrada que
joga com mais calma do que na temporada passada, quando o colombiano não
fazia parte do elenco. Naquela época, o argentino Di María fazia parte
do plantel e a equipe abusava dos contra-ataques e era muito objetiva,
pois faltava quem pensasse o jogo, função hoje desempenhada por James.
Não senti nesta final uma superioridade latente
entre a equipe sul-americana e europeia, apesar da vitória do Real
Madrid. O San Lorenzo foi inteligente tirando os espaços e jogando
fechado, como se deve fazer contra um time que tem a características da
posse de bola. Cristiano Ronaldo ficou encaixotado na marcação argentina
e não rendeu como o esperado. O gol de abertura do placar veio em uma
bola parada e atrapalhou a tática montada pelo técnico da equipe
argentina Edgardo Bauza.
A menção honrosa deste mundial fica para a campanha
do Auckland City da Nova Zelândia que tem em seu elenco alguns
jogadores que não são profissionais do futebol e mesmo assim ficou com o
título de terceiro melhor time do mundo. Deram trabalho ao San lorenzo
que só se classificou na prorrogação em um jogo acirrado.
Nos times que participaram desta competição existe a
valorização do coletivo da equipe, sem a dependência fatal de um
craque. Essa característica também pode ser observada na seleção da
Alemanha, campeão da Copa do Mundo. A responsabilidade é dividida para
todos e não fica nas costas de um único jogador.
Comparando-se com os times brasileiros verificamos
que no esporte disputado aqui no Brasil há muito a se aprender,
inclusive ter humildade em reconhecer erros. Teoricamente em uma equipe
moderna os atacantes devem saber marcar e por aqui isso não acontece em
todas as equipes. Prova disso é a conquista do título de campeão
brasileiro pelo Cruzeiro que usa deste artifício e se destaca das
demais.
O padrão de jogo brasileiro tem muito a mudar e
vamos aguardar que nossos técnicos implantem um pouco dessa dinâmica na
próxima temporada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor, registrar E-mail