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sábado, 27 de dezembro de 2014

Mundial de Clubes da FIFA mostra diferenças entre o estilo europeu e o sul-americano


Como já é tradicional, a final do Mundial de Clubes da FIFA encerrou as atividades do calendário oficial do futebol. Geralmente, a final fica com a disputa entre o clube sul-americano campeão da Libertadores e o time europeu campeão da Champions League, pois invariavelmente são os times mais qualificados. Neste ano, não foi diferente e tivemos uma disputa entre San Lorenzo de Almagro da Argentina (o time do Papa Francisco) e Real Madrid da Espanha.    

Iker Casillas, taça Real Madrid mundial de clubes 
A qualidade e característica de jogo do Real Madrid dispensam comentários, pois traz em seu DNA o que há de mais moderno no mundo do futebol. O Real comandado pelo italiano Carlo Ancelotti tem entre outras estrelas Cristiano Ronaldo, Karim Benzemá, Gareth Bale e o recém-contratado James Rodriguez que foi a revelação da Copa do Mundo. James agregou mais técnica ao elenco merengue e os tornou muito mais próximos do estilo moderno de jogo com predominância da posse de bola.   

Agora o Real Madrid é uma equipe mais centrada que joga com mais calma do que na temporada passada, quando o colombiano não fazia parte do elenco. Naquela época, o argentino Di María fazia parte do plantel e a equipe abusava dos contra-ataques e era muito objetiva, pois faltava quem pensasse o jogo, função hoje desempenhada por James.

Não senti nesta final uma superioridade latente entre a equipe sul-americana e europeia, apesar da vitória do Real Madrid. O San Lorenzo foi inteligente tirando os espaços e jogando fechado, como se deve fazer contra um time que tem a características da posse de bola. Cristiano Ronaldo ficou encaixotado na marcação argentina e não rendeu como o esperado. O gol de abertura do placar veio em uma bola parada e atrapalhou a tática montada pelo técnico da equipe argentina Edgardo Bauza. 

A menção honrosa deste mundial fica para a campanha do Auckland City da Nova Zelândia que tem em seu elenco alguns jogadores que não são profissionais do futebol e mesmo assim ficou com o título de terceiro melhor time do mundo. Deram trabalho ao San lorenzo que só se classificou na prorrogação em um jogo acirrado.

Nos times que participaram desta competição existe a valorização do coletivo da equipe, sem a dependência fatal de um craque. Essa característica também pode ser observada na seleção da Alemanha, campeão da Copa do Mundo. A responsabilidade é dividida para todos e não fica nas costas de um único jogador.

Comparando-se com os times brasileiros verificamos que no esporte disputado aqui no Brasil há muito a se aprender, inclusive ter humildade em reconhecer erros. Teoricamente em uma equipe moderna os atacantes devem saber marcar e por aqui isso não acontece em todas as equipes. Prova disso é a conquista do título de campeão brasileiro pelo Cruzeiro que usa deste artifício e se destaca das demais.

O padrão de jogo brasileiro tem muito a mudar e vamos aguardar que nossos técnicos implantem um pouco dessa dinâmica na próxima temporada.

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