Na década de 60, quando tinha de sete para oito anos ouvi falar de golpe e a da prisão do governador Miguel Arraes.
A palavra golpe para mim era só de peixeira, quando a gente feria o dedo, cortando palma para o gado ou praticando outra atividade qualquer que precisasse do uso de ferramenta cortante.
A crise dos anos 60 teve um conteúdo político internacional, quando os Estados Unidos precisavam mostrar a Rússia que detinha poder militar. Desta forma, rupturas políticas naquela época foram sucessivas, ou seja, quase toda America Latina foi atingida. A tal democracia americana não servia para os demais países do continente em questão. Quando a Guerra Fria, “esfriou”, a democracia volta-se para o Brasil, Chile, Argentina e demais países latinos americanos.
Diante de desmandos, torturas, censuras, etc. pelo menos havia certa ética na política. Tínhamos nomes que nos transmitia confiança: Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Dom Helder Câmara e tantos outros. E assim que as condições permitiram, com o apoio do povo, nossos lideres foram às ruas lutar por eleições diretas e a volta do Estado de Direito.
Promulgamos uma Constituição pautada na dignidade da pessoa humana e com um elenco de direitos fundamentais, quase todos inseridos no artigo 5º de nossa Carta Magna.
Vencemos uma inflação de 70% ao mês, restauramos nossa moeda, reinserimos nosso País no cenário internacional e conquistamos muitos direitos. Com o Programa das Privatizações, com erros, não resta dúvida, conseguimos avanços tecnológicos como a internet e o telefone celular. Não esqueçamos que antes das privatizações uma linha de telefone fixo custava, na cidade do Rio de Janeiro, dez mil dólares.
Mas tudo isso o PT, partido que governa o Brasil por 12 anos, conseguiu destruir. E pior: acabou com um pouquinho de ética que restava em nossa sociedade. A crise de hoje é bem pior do que as anteriores. E copiando Lula, podemos afirmar que nunca na história deste País faltou tanta ética, especialmente na esfera política.
Antonio Martins de Farias é Advogado e norte taquaritinguense.
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