Por Laurez Cerqueira
A escalada de demissões de profissionais da imprensa nos últimos dias, Folha 50 jornalistas, Estadão 100, Jornal Nacional despencando sua audiência, mostra que o setor está arruinando numa velocidade inimaginável.
Grandes grupos como Estado, Abril, SBT, e outros estão colocando a venda maquinários, rotativas gigantescas, e não conseguem compradores. O destino delas pode ser museus.
O Grupo Abril, por exemplo, fechou varias revistas. O jornal O Sul deixou de circular a edição impressa recentemente, editores de revistas semanais já discutem deixar de circular a modalidade impressa.
Isso por que a internet chegou para ficar e está colocando em xeque um modelo, principalmente de imprensa, que sofre com a perda de credibilidade, conforme apontam pesquisas de opinião.
O Brasil é o país que mais cresce o acesso à internet no mundo. No final de 2014 chegou a 108 milhões de internautas. Superou o Japão.
A internet deu voz a todo mundo, criou verdadeiras praças, que são as redes sociais, tribunas eletrônicas com liberdade de expressão quase absoluta e a possibilidade de checar informações.
A decadência atingiu também o jornalismo ficcionista, a manipulação da informação, hoje frequente desmentida na internet.
As redações centralizadas foram fragmentadas, dão lugar às assessorias de imprensa, que crescem nos órgãos públicos e nas empresas.
Sobreviverá nessa selva eletrônica quem produzir informações confiáveis, um jornalismo honesto, e que tenha bons intérpretes da realidade.
Afinal, a credibilidade é a essência do jornalismo.
Ainda estamos sob impacto das novas mídias. A revolução tecnológica ainda é muito recente.
Tudo isso vai decantar, e, creio, seremos capazes de criar uma imprensa comprometida com a civilização para que possamos superar a barbárie.
Laurez Cerqueira é jornalista e escritor, autor, entre outros trabalhos, de Florestan Fernandes - vida e obra; Florestan Fernandes – um mestre radical; e O Outro Lado do Real
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