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quarta-feira, 7 de novembro de 2018

JESSE OWENS - O HOMEM QUE HUMILHOU ADOLF HITLER

Um negro, muito jovem , humilhou Adolf Hitler, Joseph Goebbels e todos os nazistas.  

Foi em 1936. 

Hitler já era chanceler, tinha começado os absurdos na Alemanha, mas as atrocidades mesmo viriam depois, com a anexação da Áustria, a invasão da Checoslováquia e posteriormente da Polônia, que deu início à segunda guerra mundial.

Em 36 do século passado,  os alemães realizaram as Olimpíadas, transformando-as num grande ato político.

Construíram um estádio monumental, esconderam o Terrorismo de Estado que estava sendo praticado nos gabinetes e nas ruas, prepararam os atletas exemplar e militarmente, para ser os maiores, invencíveis.

A Alemanha seria mostrada ao mundo como superpotência, onde tudo funcionava à perfeição e o prêmio seria a conquista do maior número de medalhas.  Tudo somado ficaria comprovada a superioridade da raça ariana.

Desconfiado, o governo dos Estados Unidos ameaçou boicotar as Olimpíadas no país europeu, para não legitimar a ditadura nazista.

Houve uma votação e a tese de participar dos jogos foi vencedora. Os americanos, porém, não aceitaram vetos. Atletas negros não podiam ser impedidos de participar das provas.

Na preparação dos atletas que deveriam competir com os gigantes alemãs se descobriu Jesse Owens, um rapaz de uma cidadezinha, com pouco mais de 20 anos, que parecia ter um dom.

Foi treinado e logo se descobriu nele um fenômeno. Havia, no entanto,  a discussão sobre ir ou não ir à Alemanha nazista. Os próprios negros da cidade de Owens pediram para ele se negar a “compactuar” com a Olimpíada organizada por Goebbels.

Muito novo, com mulher e um filho pequeno, ele ficou dividido.

Terminou, contudo, decidindo por competir, o amor pelo esporte falou mais forte. Além do mais, ele acreditava que tinha chances de triunfar.

Foi o que aconteceu. 

Estádio lotado, alemães convencidos, Jesse venceu todas as corridas de que participou, ganhou quatro medalhas de ouro na mesma olimpíada, foi ovacionado no estádio, deixando Hitler e seu ministro da Propaganda profundamente irritados.

O ditador saiu do estádio bufando, com raiva, se recusando a cumprimentar o americano, como fizera com outros atletas vencedores.

Owens virou lenda, sua vida rendeu livros e filmes.

O negro que provou ser uma balela a tese da supremacia ariana. O negro que derrotou os gigantes alemãs e humilhou o nazismo e seu líder maluco.

O próprio governo americano, porém,  só reconheceu os feitos de Jesse em 1990, 10 anos após a sua morte.

O racismo teve uma marca muito forte nos Estados Unidos. Muitos negros tiveram que morrer para conquistar direitos básicos da pessoa humana.

No século XXI a mancha na história do país foi apagada, quando um negro, Barak Obama, foi eleito presidente dos EUA.

Antes dele, brilharam personagens como Malcolm X, Martin Luther King Jr. e Jesse Owens.  

Os dois primeiros foram ativistas políticos, o terceiro apenas um atleta.

Mas que atleta. O homem “mais rápido do mundo”, capaz de tirar o próprio demônio do sério.

*Foto: Front Internacional

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