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quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Camilo afirma que Ceará não consegue vencer guerra contra facções sem apoio federal

O governador Camilo Santana deu entrevista à revista Veja, na amareleas.com desta quarta-feira (23), e disse que nenhum estado consegue vencer a guerra contra as facções criminosas sem apoio federal.

Mesmo assim, o petista garante que não vai recuar nas medidas de endurecimento do sistema prisional e elogiou o “apoio imediato” dado pelo governo Bolsonaro no combate ao crime organizado.

Leia alguns trechos da entrevista

Veja – Os maiores líderes do PCC soltos, que viviam na Bolívia, passavam férias em um condomínio de luxo em Aquiraz (CE), e uma facção foi criada no Ceará. Essas falhas não põem em xeque esses investimentos todos?

Camilo – O crime ultrapassou as fronteiras dos estados e se transnacionalizou. Facções que surgiram em São Paulo e no Rio de Janeiro se espalharam pelo Brasil. Outras foram aparecendo em estados como Rio Grande do Norte, Amazonas, Paraíba, Pernambuco, e no Ceará também. O país não é produtor de drogas e de armas, o que acontece é uma coisa chamada tráfico. Isso tudo entra pelas fronteiras, que são responsabilidade do governo federal. Foi um fenômeno no Brasil inteiro, e eu digo que é por omissão de uma política nacional. O Brasil não tem um plano, uma estratégia de enfrentamento do crime organizado, e nenhum estado consegue vencer essa guerra sem apoio federal. O primeiro passo foi dado no ano passado com a criação do Sistema Único de Segurança Pública. Pela primeira vez, o governo federal assumiu que o problema da segurança também é responsabilidade da União. Essa não é uma questão do Ceará, é uma questão do Brasil. É vergonhoso para o país o crime dominar cadeias e ignorar leis.

Veja – O senhor já defendeu a ideia de que ataques como esses do Ceará sejam tipificados como terrorismo. Pretende liderar uma articulação política neste sentido?

Camilo – Sem dúvida. Já conversei com a bancada do Ceará e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para que sejam incluídos na lei antiterrorismo atos como esses, explosões, incêndios em veículos. Algumas leis precisam ser reavaliadas, nosso Código Penal é muito antigo. O próprio presidente tem essa pauta na área da segurança. Há uma ambiência positiva para discutir leis mais duras em relação à segurança.

Veja – Como foi a conversa com o presidente Bolsonaro e o ministro Sergio Moro durante essa crise no Ceará?

Camilo – Muito positiva, mantive e mantenho contato com o ministro Moro, com o ministro da Defesa e falei por telefone com o presidente Bolsonaro. Ele foi muito receptivo, conversamos sobre o momento do Brasil e a situação específica do Ceará. Tivemos apoio imediato com envio da Força Nacional e abertura de vagas no sistema penitenciário federal para transferir lideranças do crime organizado. As eleições já passaram. Coloquei para ele que aquilo que for bom para o Brasil, poderia contar com meu apoio.

CN7.

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