Por Altamir Pinheiro
O Morro dos Ventos Uivantes, única obra da britânica Emily Bronte (morreu aos 30 anos de idade), é um dos romances mais bonitos e perturbadores que já existiu. Personagens fortes e intrigantes, Catherine e Heathcliff se tornaram quase como entidades, símbolos do amor intenso que dilacera o coração e sobrevive além do tempo e da morte. Transformada em filme, tendo como protagonistas o sombrio HEATHCLIFF (o admirável Laurence Olivier) e CATHY (a diva Merle Oberon), esta clássica história de amor sublime e paixão arrebatadora, PARADOXALMENTE, movido a ódio e vingança, tornou-se uma obra-prima do cinema, aclamada pela crítica e pelo público. Claro que o drama é geral, a dor é intensa e parece que tudo é só sofrimento, mas valeu a pena, pois levou a bela Merle Oberon a ser a eterna Cathy de Heathcliff.
Registros de jornais dão conta que o romance tem 34 capítulos, mas o premiadíssimo diretor William Wyler(3 oscars em 14 indicações) só utiliza 16, porém exibe o mais apaixonado enredo que poderíamos rotular de estilo shakespeariano ou shakespereano aos moldes de Romeu e Julieta às avessas. No desenrolar do filme, o ambiente sombrio e tempestuoso nos transmite um senso de mistério. Uma estória muito intensa e cativante. É uma narrativa sobre amor não correspondido e vingança.
O Morro dos Ventos Uivantes é colocado como o 73° maior filme do cinema americano de todos os tempos segundo o American Film Institute, também é colocado como o 15° maior romance. Foi vencedor do Oscar de 1940 na categoria de Melhor Fotografia - Preto e Branco. Em 2007, O Morro dos Ventos Uivantes foi selecionado para preservação no National Film Registry dos Estados Unidos pela Biblioteca do Congresso como sendo "culturalmente, historicamente ou esteticamente significante".
A lenda exótica da atriz Merle Oberon que nasceu na Índia, como descreve seu biógrafo Michael Korda: “Ela foi uma das estrelas mais sofisticadas da década de 1930 e 40, uma sereia morena de características exóticas e olhos amendoados. Graciosa e assombrosamente bela. Em seu ápice, 1939, ela cativou o mundo no clássico romântico “O Morro dos Ventos Uivantes”, fazendo Cathy, o grande amor do Heathcliff de Laurence Olivier”.
O inglês Laurence Olivier que morreu aos 82 anos(1989), é considerado por muitos como o maior ator inglês de todos os tempos. Agraciado com o título de sir em 1947, Laurence Olivier foi um dos mais carismáticos atores do século XX. Sua presença em palco fascinava o público e sua credibilidade como intérprete, no drama como na comédia, proporcionou-lhe grandes êxitos na sua longa carreira. Olivier casou-se 4 vezes e sua segunda esposa foi VIVIEN LEIGH que viveu a personagem Scarlet OHara no filme E O Vento Levou. O casamento durou 21 anos.
Que dupla infernal!!! Que livro, que filme, que música, que atriz, que ator!!! Uma história na qual o ódio e o amor têm a mesma proporção, algo muito forte, tornando-se dramático, romântico, doce, triste e sofrível. Eles praticam um amor confuso e sombrio que mais parece obsessão, pois evidencia o lado humano de cada personagem, e lembra que nem sempre escolhemos de quem gostar, até porque a gente fica torcendo para o malvado. Mesmo assim, o filme mostra que a força do amor se mantém viva, através do ódio, do rancor, da desilusão. Definitivamente, podemos chamar O MORRO DOS VENTOS UIVANTES um tipo de romance/filme cebola. Um amor além da vida. Ou seja, além morte...
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