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segunda-feira, 1 de abril de 2019

A COMEMORAÇÃO DO PRIMEIRO DE ABRIL

Alguns historiadores e jornalistas sustentam a versão de que a verdadeira data do golpe militar de 1964, no Brasil, foi o dia 1º de abril. Como é o Dia da Mentira, os que fizeram o movimento para depor João Goulart optaram por celebrar a vitória no dia 31 de março.

E assim a “revolução” vitoriosa para salvar o Brasil do comunismo foi comemorada durante mais de 20 anos no final de março.

Com a redemocratização e a vitória de perseguidos pelo regime de exceção em eleições presidenciais, caso de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, perdeu todo sentido comemorar o golpe.
Eleição de Jair Bolsonaro, em 2018, trouxe de volta à cena política os saudosistas da ditadura.

E o presidente, que tem uma visão bem particular do movimento de 64, causou muita polêmica ao determinar a comemoração da vitória das forças militares contra as forças democráticas e de esquerda, 55 anos atrás.
Jornalistas, cientistas políticos, deputados progressistas e amplos setores da sociedade consideram absurdo o posicionamento do presidente.

Deputado pernambucano Túlio Gadelha (PDT), chegou a considerar uma investida contra a civilização a atitude de comemorar o golpe.
É realmente um grande equívoco, desconhecimento da história e desrespeito às centenas de vítimas da ditadura.

Como o jornalista Vladimir Herzog, morto nos porões do DOI CODI, em São Paulo; pernambucano Fernando Santa Cruz, até hoje desaparecido, sem que a família tenha tido direito sequer a ver o corpo do rapaz, provavelmente assassinado com pouco mais de 20 anos de idade; Gregório Bezerra, ex-militar, que foi deputado federal e militante do Partido Comunista, barbaramente torturado na Praça de Casa Forte, no Recife, por um coronel enlouquecido.

Ainda em Pernambuco, tivemos Miguel Arraes, legitimamente eleito governador do Estado, que foi preso dentro do Palácio das Princesas, levado para a ilha de Fernando de Noronha como um criminoso e depois amargou 16 anos de exílio na Argélia, antiga colônia da França.

Francisco Julião, líder das Ligas Camponesas, o professor Paulo Freire, Leonel Brizola, que era governador do Rio Grande do Sul, o já citado Fernando Henrique e José Serra, burgueses progressistas, em sua época, também tiveram de tomar o caminho do exílio.
Muitos foram torturados, tiveram corpo e a mente destroçados. Centenas perderam a vida. Inclusive militares também foram vítimas da guerra que se estabeleceu em nome do combate ao comunismo.

Comemorar o golpe, assim, é como celebrar o horror e a morte. 
*Nas fotos do Jornal do Commercio, João Goulart e Miguel Arraes, vítimas do golpe militar de 1964.

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