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segunda-feira, 8 de julho de 2019

LIÇÕES DE UM GÊNIO DO JORNALISMO MUNDIAL

Glenn Greenwald é escritor, advogado e especialista em direito constitucional.

É mais conhecido como jornalista, dos melhores do mundo, tanto que já ganhou o famoso Prêmio Pulitzer, uma espécie de Oscar do jornalismo americano.

Seu trabalho jornalístico mereceu tal destaque nos Estados Unidos e no mundo, que Greenwald virou personagem de uma produção de Hollywood.

Isso mesmo, o gringo foi parar no cinema graças ao seu jornalismo investigativo que pertuba autoridades e quem acha incômoda a divulgação de determinadas verdades.

Americano veio parar no Brasil porque se apaixonou por outro homem, o deputado David Miranda, do PSOL, do Rio de Janeiro.

Aqui criou o site The Intercept, que é editado em português, inglês e espanhol.

Por ser este “monstro” do jornalismo mundial é que Gleen Greenwald foi escolhido por uma fonte ainda não revelada para receber um arquivo gigantesco sobre o comportamento impróprio de figurões do Judiciário e do Ministério Público brasileiro.

Com base no material recebido, o americano começou a publicar reportagens que são o principal assunto do Brasil no momento, com repercussão forte também no exterior.

Como são muitos documentos para estudar, analisar e divulgar, Greenwald resolveu compartilhar o acervo com outros jornalistas e veículos de comunicação do país.

Assim, passou diálogos, áudios e vídeos para Reinaldo Azevedo, Jornal Folha de São Paulo e Revista Veja.

Depois de checar que não há indícios de montagem ou adulteração, de concluir que as conversas dos procuradores e juízes por um aplicativo são verdadeiras, o jornalista, o jornal e a revista também publicaram reportagens mostrando que os principais personagens da Operação Lava Jato cometeram ilegalidades, ilícitos, crimes, que um simples estudante de direito do primeiro ano ou qualquer cidadão bem informado sabe que os atos divulgados desrespeitaram a Constituição, as leis do Brasil, numa demonstração de soberba, megalomania  e cinismo poucas vezes visto.

Atitudes tão em desacordo com as regras da democracia e do estado de direito que levaram o deputado federal Glauber Braga, no depoimento do ministro Sérgio Moro na Câmara, a acusá-lo de ter se corrompido, assumindo um comportamento de “ladrão”.

Juízes são árbitros que devem agir de acordo com a lei, respeitando os autos, as provas, os documentos e ouvindo testemunhas sérias, que tenham credibilidade.

Não foi o que aconteceu na Operação Lava Jato, conforme estão revelando os diálogos disponibilizados por Glenn Greenwald.

Sérgio Moro, Deltan Dallagnol, o procurador Carlos Fernando, ministros do Supremo Tribunal Federal e até apresentadores de televisão já apareceram no material do The Intercept, em fatos de tal gravidade que, num país mais sério tudo feito por essa gente já estaria anulado, eles não poderiam mais exercer os seus cargos, a Polícia Federal os estaria investigando e talvez alguns já estivessem presos.

Como o Brasil regrediu no tempo e foi tomado pela ignorância, só os mais escolarizados percebem a gravidade do que está acontecendo e espera ver alguma providência ser tomada.

Muitos, estupidamente, usam as redes sociais para torcer pelo ministro, como se estivéssemos numa partida de futebol.

“A Veja e a Globo são comunistas”, brada um ignorante qualquer, numa frase tão absurda, que equivale chamar o papa de ateu.

Aliás, por ter um posicionamento equilibrado, por condenar violações de direitos, criticar injustiças, defender os pobres, o Papa Francisco é considerado também por alguns incautos de comunista.

Os gênios são poucos e raros na história do mundo. Podemos citar alguns, de cabeça: Albert Einstein (cientista), Sigmund Freud (psicanalista), Charles Chaplin (cineasta), John Lennon (músico), Simone Beauvoir (escritora), Machado de Assis (escritor), Chico Buarque (compositor), Chiquinha Gonzaga (pianista), Bertolt Brecht e Nélson Rodrigues (teatrólogos), Pelé (jogador de futebol), Leonardo da Vinci (pintor, inventor e matemático) e Karl Marx (filósofo e economista), dentre outros que poderíamos citar.

Como o leitor atento vai perceber, citamos nomes de brasileiros e estrangeiros que foram geniais em diferentes áreas de atuação.

Se já não são tantos os gênios nacionais e mundiais, raríssimos então são os jornalistas que podem entrar nesta categoria.

Claro, tivemos e temos alguns profissionais de imprensa excepcionais, tanto no Brasil, quanto na Europa, nos Estados Unidos e em outros países.

Mas aqui, na terrinha, onde está se praticando atualmente um jornalismo pequeno, acanhado, covarde, preguiçoso, por gente que não sabe nem ao menos escrever, vir surgir um Gleen Greenwald é um fato animador.

O americano, também agora um pouco brasileiro, tem se revelado um gênio em sua atividade, tanto em seu país de origem quanto aqui.

A maneira como selecionou o rico acervo que recebeu, as reportagens que escreveu, as parcerias que fez com a imprensa conservadora, são coisas de “um estadista da imprensa”.

Greenwald está dando lições de jornalismo a muita gente.

Jornalismo investigativo, jornalismo sério, corajoso, jornalismo que incomoda porque mexe com a verdade e atinge os poderosos, os hipócritas, os mentirosos, os que posam de bons e são bandidos.

Que as lições desse gênio do jornalismo sirvam para melhorar nossa imprensa em geral, que ensine aos políticos e aos juízes a se comportar melhor e que, quiçá, sirvam para despertar o povo, anestesiado pela mídia omissa e comprometida que pensa nos seus próprios interesses e não está nem aí que o Brasil esteja indo para o buraco, no rumo das trevas.

Glenn Greenwald, homossexual assumido, vale mais que muito homem. Afinal de contas de que adianta vestir calça, caçar mil mulheres e ser um mau caráter, patrocinar o mal e a injustiça?

Palmas para o gênio do jornalismo americano, pela coragem, pela competência e por desmascarar os heróis de proveta. Falsos como novos Judas.

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