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segunda-feira, 8 de julho de 2019

VEJA MOSTRA QUE DIÁLOGOS SÃO AUTÊNTICOS

Por Homero Fonseca*

A reportagem da Veja desta semana sobre os vazamentos da Lava Jato revelados pelo Intercept traz um trecho em que Moro transmite a Dallagnol a sugestão de Faustão para que falassem a linguagem do povão nas entrevistas e crava: “Conselho de quem está a 28 anos na TV.”

O uso do artigo “a” no lugar do presente do indicativo do verbo haver (“há”) denuncia Moro, que já escreveu “conge” numa sentença e praticou outras derrapagens no vernáculo.

Porque, depois que ele saiu de debaixo da toga e burramente se expôs ao público virando ministro da Justiça do governo de extrema direita, seu perfil começa a emergir: caipira, frio, disciplinado, espertíssimo e… semianalfabeto.

Não embarco com facilidade em teorias conspiratórias, mas a inteligência de mestre nas sucessivas jogadas de xadrez para botar Lula na prisão parece tão superior ao que vemos no dia a dia que chego a pensar se seus cursos e suas viagens aos Estados Unidos não sejam para receber devidas as instruções.

Não posso garantir, porque não tenho provas. Mas essa hipótese somente poderá ser confirmada ou desmentida daqui a algumas décadas, quando os documentos secretos americanos forem liberados. Como aconteceu em 1964.

Tem mais: Moro diz, numa mensagem, ser contra a delação premiada de Eduardo Cunha, o homem que sabe demais. E até hoje não houve a delação. Lembrando que desde outubro de 2015 o governo suíço havia confirmado a existência de conta secreta de Cunha, o que ele havia negado de pés junto. Moro esperou que Cunha comandasse o impeachment de Dilma e só depois decretou sua prisão.

Ah, e Faustão confirmou à Veja a autenticidade da conversa.

E agora, Moro?

*Homero Fonseca é jornalista e escritor, autor do romance "Roliúde", dentre outros livros.

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