Na campanha política de 2018, Bolsonaro usou um slogan forte, que certamente o ajudou a ganhar a eleição. “Brasil acima de todos, Deus acima de todos”, foi a frase que ecoou em todas as regiões do país, com um efeito mágico, seduzindo milhões de eleitores.
Usar o nome de Deus não é privilégio do presidente brasileiro. A religião sempre foi usada com fins políticos e isso tem se acentuado nos últimos anos, no Brasil, com o surgimento e fortalecimento das seitas pentecostais.
Pastores têm ficado milionários e muitos entraram na política com força, conquistando mandatos de vereador, deputados estaduais ou federais ou mesmo de prefeitos de grandes capitais.
Foi o caso do bispo da Igreja Universal Marcelo Crivella, que se elegeu senador e depois prefeito do Rio de Janeiro, pelo partido político chamado de Republicanos.
Crivella terminou sendo afastado do cargo antes de concluir o seu primeiro mandato, por prática de corrupção.
No mesmo Rio de Janeiro que elegeu Jair Bolsonaro deputado federal por 28 anos, até ele se tornar presidente, brotou a figura de Jairo Souza Santos Júnior (Solidariedade), conhecido como Dr. Jairinho.
Junto com a esposa, Monique Medeiros da Costa, Jairo matou o menor Henry Borel Medeiros, de apenas 4 anos. O casal está preso. Ela é a mãe da criança assassinada e ele o padrasto.
Dr. Jairinho exercia o quinto mandato de vereador, eleito na última eleição com 16 mil votos.
Jairo é filho de coronel da Polícia Militar, de nome idêntico, que foi deputado estadual.
Assim como o bispo Crivella, Jairo Souza é “terrivelmente religioso”.
Tanto quanto Flordelis de Santos de Souza (PSD), pastora e cantora.
Ela foi eleita deputada federal pelo PSD, em 2018, com 196.959 votos. Está afastada do cargo por decisão do Tribunal de Justiça, depois de ter sido acusada de matar o próprio marido, o pastor Anderson do Carmo.
ESTUPROS - O médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, não entrou na política, mas usou o espiritismo para a prática dos seus crimes.
Ele foi condenado a 40 anos de prisão por estupro de centenas de mulheres.
Um verdadeiro monstro, que usava a religião e o nome de Deus para abusar dos que o procuravam em busca da cura.
Os criminosos, infelizmente, também estão na Igreja Católica.
Padre Robson de Oliveira, de Goiás, criou a Associação chamada Divino Pai Eterno, que movimentou mais de 2 bilhões de reais em 10 anos.
As investigações da polícia apontaram desvio da maior parte dos recursos para compras de bens como fazendas, casa de praia e até um avião.
Num áudio do religioso, descoberto pela polícia, o sacerdote diz a um advogado:
“Se você pudesse matar ele para mim, eu achava uma benção. Acaba com esse cara, bicho. Isso aí só vai atrapalhar nossa vida. Para mim, até hoje, foi um atraso".
Quando alguém usar o nome de Deus em excesso - como se o Criador precisasse de marketing -, desconfie.
Por trás da batina, da palavra dita no culto ou na sessão espírita, pode estar um impostor, um charlatão que usa a religião para enganar, fabricar dinheiro e até matar.
Nunca se deve esquecer que os terroristas que derrubaram as torres gêmeas, nos Estados Unidos, matando quase três mil pessoas, praticaram seus atos em nome da divindade.
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