O jornal francês Le Monde, um dos mais respeitados do mundo, publicou neste final de semana uma longa reportagem sobre o Brasil, com foco na Operação Lava Jato.
Matéria é cheia de dados e vai fundo no melhor estilo do jornalismo investigativo, mostrando de um jeito como a imprensa nacional ainda não fez como o ex-juiz Sérgio Moro foi adquirindo poderes, praticou ilegalidades, tirou Lula da eleição e ajudou Jair Bolsonaro a chegar ao poder.
Jornal francês deixa claro que Sérgio Moro recebeu treinamento nos Estados Unidos (FBI), país interessado na desestabilização que aconteceu no Brasil, principalmente após o golpe parlamentar, jurídico e midiático de 2016.
Como prêmio por seu trabalho, reconhece o Le Monde, Moro acabou ministro de Jair Bolsonaro, com quem brigou depois.
Reportagem do jornal francês mostra como o jovem procurador Deltan Dallagnol entrou na Lava Jato, se tornou uma espécie de sócio do então juiz e juntos provocaram um dos maiores escândalos judiciais do mundo.
Texto do Le Monde teve ampla repercussão nas mídias sociais, no Brasil e exterior, no entanto foi ignorado pela grande imprensa do país.
O silêncio vergonhoso da imprensa fez com que Rodrigo Cebrian usasse o Twitter para questionar:
“Por que não estão TODOS os veículos de mídia do Brasil repercutindo a excelente e profunda reportagem feita pelo jornal francês Le Monde sobre a interferência direta na criação e métodos da Lava Jato pelos EUA, com FBI e CIA??? Querem esconder o que?”
O jornalista Xico Sá completou: “Silêncio total. Querem esquecer”.
A reportagem do Le Monde só ganhou destaque em veículos da mídia alternativa, como o Diário do Centro do Mundo e o Brasil 247.
Embora o material seja essencialmente jornalístico, o Le Monde chega a apontar o que considera como inconsistências éticas do ex-juiz de Curitiba:
“Eleito Bolsonaro, a imprensa internacional não demora a se distanciar do “vigilante de Curitiba”. Vem sublinhar a sua inconsistência ética ao aliar-se, assim, a um presidente de extrema direita, membro, há décadas, de uma pequena formação especialmente conhecida por ter estado envolvida em inúmeros casos de corrupção”, diz um trecho da longa reportagem citada.
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