Fica combinado assim: não mais escreverei sobre a chamada terceira via, a tentativa de criar um candidato alternativo a Lula e a Bolsonaro. Pelo simples fato de que ela não existe, nunca existiu, nem dá sinais de que poderá vir a existir a tempo.
A terceira via foi Sérgio Moro, João Doria, Eduardo Leite e agora é Simone Tebet. Uma fração do MDB a apoia. O resto do partido apoia Lula e Bolsonaro. O PSDB anunciou seu apoio, mas ele continua pendente. E o que o PSDB é hoje?
Sempre generosa, a mídia abriu espaço para Simone. Ela apareceu também em comerciais do MDB no rádio e na televisão. Na pesquisa Datafolha de maio último, tinha 2% das intenções de voto. Na nova pesquisa Datafolha, desta semana, ficou com 1%.
Se Ciro Gomes (PDT), candidato a presidente pela quarta vez, não consegue chegar aos dois dígitos, por que Simone chegará? Ela tem duas vantagens: é mulher e desconhecida. Em tese, teria espaço para crescer. Mas o eleitor não parece querer arriscar-se.
Arriscou-se há 4 anos com Bolsonaro e deu nisso aí. 70% deles já dizem ter candidato – Lula e Bolsonaro. Apenas 2% dizem que não votarão em nenhum dos dois. O escândalo da roubalheira no Ministério da Educação não tirará um único voto de Bolsonaro.
Em compensação, o escândalo do vazamento por ele da operação da Polícia Federal contra o ex-ministro Milton Ribeiro e os pastores evangélicos poderá limitar o crescimento de Bolsonaro que, só com o que tem, acabará derrotado no primeiro turno.
Para complicar ainda mais a vida de Bolsonaro, amadureceu a CPI do MEC, e Rodrigo “Pirilampo” Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, dificilmente a apagará. A 99 dias da eleição, uma CPI contra o governo é tudo o que não interessa a Bolsonaro.
*Nas fotos Luciano Bivar e Simone Tebet, da "inexistente" terceira via.
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