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segunda-feira, 8 de maio de 2023

PAMONHÃO: FOGO AMIGO CREPITA NO GRUPO TABOQUINHA

      


Há poucos dias, no seu programa de rádio dos sábados, o vereador Carlinhos da Conab deu uma “carraspana” no ex-vereador e atual  diretor de turismo da prefeitura de Santa Cruz, Natálio Arruda. Como se fala no jargão popular, “descascou” o ex-vereador. Frases como “Natálio estava conversando merda essa semana na rádio”, “não devo satisfações a você, Natálio”, “a gente sabe a sua forma imunda que tem de fazer política”, “te aquieta, rapaz, te coloca na tua insignificância que tu sois agora” e por aí foi. O que chama a atenção é a forma virulenta com que o vereador ataca um auxiliar da confiança do prefeito, de cuja administração o vereador é um dos mais aguerridos defensores. Diretor de turismo de Santa Cruz é “insignificância”? Se sim, o prefeito nomeou um insignificante? O prefeito nomeou um auxiliar que faz política “imunda”?  Que situação constrangedora a do prefeito, muito mais que a do ex-vereador atacado por Carlinhos. E até agora, da parte do gestor do PP e do seu grupo, nem um “ai” sobre essa situação.

      A atmosfera de fogo amigo já ficou evidente na história do sumiço do milho do IPA que foi enviado para Santa Cruz, cuja conferência o conferencista não fez. É como se o funcionário do caixa de uma loja não conferisse se estava recebendo as cédulas correspondentes a um pagamento. E passados muitos dias, o funcionário, surpreendentemente, veio a público e, não só assumiu sua  “falha”, como aceitou cordeiramente uma suspensão e o ressarcimento do valor do milho aos cofres da prefeitura. Dúvidas zero sobre o caráter e a honestidade do funcionário. Nenhuma palavra sequer duvidando da sua conduta foi falada ou escrita mesmo por opositores do prefeito. Estranho também a passividade da prefeitura exposta ao bombardeio da oposição. Um dedinho mindinho em riste sequer na direção de quem perguntava: “cadê o mi?”. Então, o que poderia ser uma solução para o caso, tornou-se um barril de pólvora que pode explodir na já criada CPI do milho. Não convenceu a explicação da tal sindicância e, pior, deixou uma ponta solta para que a “canjica” mal explicada caia no colo do órgão que fez a parte dele, o IPA.

      E ficou no ar uma certo clima hostil entre o vereador Carlinhos e o secretário Cumaru. Este, com o abacaxi nas mãos e uma presilha na língua. Possivelmente a presilha que Natálio Arruda soltou nesse fim de semana, jogando combustível para a CPI investigar e detonando o arranjo da não conferência do milho. Possivelmente o secretário não pôde falar o que no coração latejava. Como defensor aguerrido do prefeito, Carlinhos da Conab deveria ser um escudo para o secretário, mas esteve mais para bumerangue. O secretário certamente pensou: com Carlinhos, eu sou o Santa Cruz e ele é o Sport. Enquanto isso, a oposição fez o que já era previsível, pediu e conseguiu uma CPI na Câmara para atormentar a vida daqueles que Natálio Arruda disse que “sabiam” da história. Mencionou inclusive o prefeito Fábio.

         Essa semana será tenebrosa para o gestor da terra da sulanca. Primeiro que os trabalhos da CPI vão começar e os personagens a serem ouvidos não foram divulgados ainda, mas obviamente que lá estarão o funcionário que assumiu a bomba, o seu superior secretário Cumaru, responsável pela área, algum funcionário do IPA e, agora, evidentemente, o diretor de Turismo, Natálio Arruda, depois das declarações que fez em áudio e vídeo. Mas, independente disso, o prefeito vai precisar tomar decisões políticas duras. Ou dá um carão no vereador Carlinhos e pede uma retratação, algo muito improvável de acontecer da parte do parlamentar, ou se livra da “política imunda” que o aliado atribuiu ao ex-vereador Natálio, que precisa de um gesto do prefeito para diminuir o desconforto do carão que levou, como se fosse um menino buchudo e não um veterano da política local.

          A CPI já tinha um potencial de desgaste para a administração municipal, mesmo que alguns minimizem que foram apenas 4 caroços de milho, que a oposição estava fazendo um carnaval com um assunto tão pequeno, que o funcionário já assumiu o erro, que a sindicância já apurou tudo, etc. Aí o diretor Arruda cuidou de apagar esse fogo jogando um latão de gasolina. Disse que sabe quem é o responsável, e que outras pessoas sabem, inclusive o prefeito. Natálio levantou a bola e a CPI está pronta para chutar. Vamos ver se no grupo Taboquinha alguém vai agarrá-la ou levar um frangaço. Melhor dizendo, um milhaço. Finalmente alguém vai acertar a pergunta do milhão?


Gisonaldo Grangeiro, "cearense" de Pernambuco, agrestino do Polo, professor efetivo da Rede Estadual de Educação do Estado do Ceará e da Rede Municipal de Educação de Fortaleza.

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