Dúvida não há de que o prefeito Lero e seu grupo fizeram um golaço ao repatriar de volta ao aconchego do lar Calabar a dupla Batata/Bá. Golaço nos aspectos tático-eleitoral, geográfico e estrutural. Mesmo num município pequeno, como Taquaritinga, uma campanha política requer um considerável orçamento. Política romântica se faz quando um candidato é um fenômeno eleitoral raríssimo como, Miguel Arraes, por exemplo. Então, a chegada da dupla, é a junção da “fome” com a “vontade de comer” em termos de estrutura de campanha. Basta olhar a principal crítica que os adversários do prefeito fazem ao seu candidato e entenderão.
A chegada dos dois irmãos tem grande importância na geografia eleitoral, conforme o resultado de 2020 atestou. O grupo Calabar teve grande decepção com a frente eleitoral obtida em Pão-de-Açúcar, menos de mil votos. Tanto que “subiram a serra” com um semblante de tristeza. Mas, ironicamente, foi a sede do que consagrou a reeleição de Lero, um candidato da terra da camisaria, “rival” da Dália da Serra. Finalmente o aspecto tático-eleitoral. Inegável o baque que a chegada de Batata e seu grupo causa no ânimo da oposição. Esta reagiu passando recibo ou petrificada diante do fato eleitoral de grande peso político. Some-se a isso o fortalecimento da pré-candidatura Alysson. Gestos políticos têm uma simbologia muito forte, tanto no eleitorado quanto dentro dos grupos e o pré-candidato da preferência do prefeito agrega capital político com essa adesão de peso.
Batata era pré-candidato a prefeito pelo lado das oposições. Uma postulação para demarcar terreno e ganhar peso nas articulações políticas. Quem entende um pouco de eleição, e ele próprio, sabiam da inviabilidade eleitoral. Não por suas qualidades políticas, mas por causa da geografia. Ser de Pão-de-Açúcar é um complicador para um desafiante oposicionista. Apenas uma circunstância especialíssima permitiria esse milagre. Para ocupar a cadeira que hoje pertence a Lero, ele precisa do cargo de vice-prefeito. E quem terá melhores perspectivas eleitorais em outubro de 2024? Então, Batata agrega peso eleitoral à chapa Calabar, mas também se beneficia politicamente. As chances são melhores do que ser vice de Jânio, Jobson ou Gena. Este encontraria um jeitinho de acomodar o P do “Agora é GP” e colocaria Batata no seu lugar, caso o ex-vereador tivesse correspondido à piscadela do vice-prefeito.
A adesão dos irmãos ao grupo Calabar estreita ainda mais as já pequenas perspectivas do ex-prefeito Evilásio ser o candidato do grupo. Diplomaticamente, Lero admitiu uma pesquisa para definição do candidato situacionista, mas sabemos que isso é apenas um conforto retórico. O prefeito e seu grupo já se definiram e vão caminhar no sentido de tornar irreversível a postulação Alysson Dias, ao ponto de dispensar as pesquisas. Aliás, se o critério pesquisa fosse decisivo, Celso Russomano teria sido eleito prefeito de São Paulo. No início da campanha, partia quarto de milha e chegava pangaré no dia da eleição. Ao passo que um governante bem avaliado banca uma candidatura “arriscada”, mas consegue entronar seu favorito. Inúmeros são os exemplos. A situação do “Obama do Agreste” é: se correr, o bicho pega e se ficar o bicho pega também. Dá para imaginar Evilásio vice de Jobson ou de Gena? Eleitoralmente não seria inteligente. Tem ainda o “orgulho” do ex-prefeito em “bater esteira” para um calouro como Jobson. Não se acredita numa aventura solo, seria um risco grande. A hora de Evilásio foi a candidatura a vice de Lero em 2020, mas não quis. Tivesse aceitado, estaria agora regendo a orquestra e não segurando as partituras.
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