Na sua viagem rumo à reeleição, o "piloto" Fábio Aragão já definiu seu "co-piloto", Helinho Aragão, o mesmo da primeira viagem em 2020. Com isso, o prefeito sinaliza para vários astronautas como Dida de Nan, José Augusto Maia, Carlinhos da Cohab, Augusto Maia, que os espaços disponíveis são na “pipoca”, porque o ”camarote” está reservado, lotado e fechado. Causa estranheza a antecipação do anúncio, já que o prefeito não tem pressa, mas, ao fazê-lo, já coloca umas “metralhas” em algumas expectativas, como se quisesse impedir que o rio de especulações siga seu curso. Agora Dida não vai mais poder dizer o que escuta no jogo de futebol e se quiser provar do mel do poder Foguetinho, só disputando pra vereador, como o vice-prefeito lhe receitou.
A confirmação de Helinho também clareia a situação de José Augusto Maia, que, até o momento, não foi chamado para uma conversa com o chefe da municipalidade. E certamente não o será mais, já que a definição da chapa Foguetinho fecha qualquer espaço político para o ex-prefeito. Não parece ser inabilidade ou ingratidão do prefeito e sim uma hostilidade deliberada. Se há dúvida quanto a isso, basta ver a “carraspana” que um assessor graúdo seu desferiu contra Tallys Maia, num desses grupos de política em rede social. Os “olhos e os ouvidos” do rei não falam se não tiver deste aval para disparar os mísseis hipersônicos.
Para quem venceu apertado em 2020 e não tem obras para colocar na vitrine eleitoral, chama a atenção o poder bélico do prefeito contra os próprios aliados e potenciais apoiadores. Lembrando que os “vermelhos” elegeram apenas 4 dos 17 vereadores, a “novidade” elegeu 5 e a “terceira via” elegeu 8. Ou seja, a disputa proporcional não refletiu a votação da majoritária, sinalizando que os azuis podem ter escolhido o candidato “errado”. Então, para melhorar um pouco a situação da prefeitura nas votações do legislativo, foi o senhor prefeito pescar no “açude” oposicionista, levando, claro, a melhor isca: espaços na máquina administrativa da prefeitura. E, naturalmente, que peixes graúdos se deixaram fisgar pelo anzol dos cargos. Mas, tal pescaria, assim como alimenta, também causa indigestão. Normalmente, quem é pescado da oposição, chega com moral para ocupar postos valiosos, financeira e politicamente. Isso termina desagradando quem estava na luta desde o início. Assemelha-se ao caso da rolinha, que faz o ninho e depois vê o pardal ocupá-lo.
Na lista dos insatisfeitos, Vando da Sertec, que já abandonou o foguete, e agora Carlinhos da Conab, que não é um vereador qualquer, não é do baixo clero vermelho na Câmara e tem, na sua retaguarda, uma relação de amizade, pessoal e política com o grande “emendeiro” de Santa Cruz, Eduardo da Fonte. Vando, peixe pequeno, e já fora do aquário desde que a suposta gravação veio à tona, talvez não ameace a segunda decolagem da nave, o que não é o caso de Carlinhos, supostamente alvejado por fogo amigo, conforme ele mesmo confessou em um programa de rádio. Este tem arsenal suficiente para implodir o foguete, antes da partida ou já no seu curso rumo a outubro de 2024. Quem esperava um Fábio Aragão acuado, desfez a impressão ao ver a foto dele, num estúdio de rádio, cercado de assessores e colaboradores, num recado direto a Carlinhos: venha com Da Fonte que agora eu tenho Carreras.
Estamos muito longe das eleições, mas o acúmulo de tensões no grupo do prefeito não é algo desprezível ou rotineiro, comum a qualquer ajuntamento político. A insatisfação do vereador Carlinhos já ultrapassou a fronteira de simples muxoxos advindos de alguma contrariedade política. A conversa está se dando publicamente, via meios de comunicação e redes sociais. Se chegou nessa fase, significa que o diálogo interno azedou e chegou num ponto de ‘suportar” a convivência por questões políticas.
O prefeito, aconselhado por seus assessores, deve apostar que o vereador não tem para onde correr, não tem alternativa política, que vai ser um “Zagalo” que Carlinhos vai ter de engolir. Aliás, são muitos sapos a serem engolidos e digeridos, dentro da bancada e dentro do secretariado.Uma situação inédita para o fiel aliado de Eduardo da Fonte. Resta aguardar as cenas dos próximos capítulos desta novela. E elas prometem emoção, considerando a personalidade política de Carlinhos da Cohab. Como se diz no jargão político, foguete não dá ré. Acrescento: mas pode não decolar, se decolar, pode ser abatido por um míssil. .
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