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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Eduardo da Fonte X Fábio Aragão: do pescoço pra cima também é canela.

 


       Oficialmente, até a presente data, nem da boca de Eduardo da Fonte, muito menos da boca do prefeito Fábio Aragão, saiu uma explicação oficial para o fim da parceria político-eleitoral entre os dois. Aliás, até pouco tempo, o silêncio do deputado era total, só quebrado recentemente através de figurinhas em grupos de wattsapp. Da parte do prefeito um acanhado eufemismo: “fim de um ciclo”. Silêncio também dos amigos que Da Fonte julgava ter na terra da suposta linha de trem. Mas, independente de explicações de ambos, o fato é que onze a cada dez pessoas sabem o motivo principal do afastamento: um rio Capibaribe de dinheiro. canalizado de Brasília, via Felipe Carreiras, com o intermédio do deputado Diogo Morais.

        Lembremos que Da Fonte de tudo fez para eternizar Diogo na sofrência de uma suplência na ALEPE.  Não se sabe por que, afinal, não havia ninguém do PP disputando a vaga do TCE e o deputado federal era parceiro de Diogo na região do Polo, principalmente em Santa Cruz. Sem falar no constrangimento imposto ao prefeito Fábio, de ver seu federal detonando seu estadual. O silêncio do prefeito pareceu um “lavo as mãos” de Pilatos. Deve ter arquivado a contrariedade no rincão da consciência, já que não poderia externar publicamente a decepção com a atitude do chefão do PP, por motivos políticos e, como vimos recentemente, através das mesmas manifestações do deputado nos grupos, por questões familiares, já que a parceria transcendia o compromisso eleitoral.

         Mas Diogo, depois de efetivado como deputado, buscou em Brasília um meio de dar um troco a Da Fonte, cuidando para fazer evaporar qualquer dilema na consciência do prefeito, oferecendo-lhe uma botija de 15 milhões em emendas, apenas como entrada, com a perspectiva de logo logo ser servido o prato principal, tipo um instituto federal. Tudo através do papai noel Felipe Carreras. Dessa forma, Felipe compensava o pouco espaço de Diogo como oposição a Raquel e  despejava no colo do prefeito os milhões de que tanto ansiava para turbinar a sua reeleição. E assim, assumiria o controle desse importante colégio eleitoral de mais de 60 mil eleitores.

        Todos esperavam uma reação de Da Fonte e ela veio. Primeiro, passou a articular uma união entre os grupos oposicionistas para fazer frente ao favoritismo do prefeito na eleição de outubro; segundo, saiu das sugestivas figurinhas, ou emojs, como queiram, e acusou, textualmente, o prefeito Fábio de ter traído o próprio pai. E finalmente, ingressou na justiça, através do PP, com um pedido para que um movimento, supostamente pré-carnavalesco, fosse reconhecido como propaganda política fora do período eleitoral. Esses três movimentos evidenciam um Eduardo da Fonte decidido a usar qualquer arma contra a reeleição do prefeito e a acusação de “traidor do pai” mostra que o deputado não vai pisar no pedal de freio, apenas no acelerador. Deve ter lá seus motivos, que transcendem, como foi dito acima, os acordos eleitorais, mas não foi uma atitude racional trazer a figura do senhor Fernando Aragão para o ringue político, em se tratando de alguém que não está mais no plano terreno. Deve ter sido doloroso para o prefeito assistir a tudo isso. Talvez mantenha o silêncio e deixe o deputado se engolfar sozinho.

          A campanha promete ser quente, não necessariamente por conta dos adversários, mas por causa do “sangue nos olhos” do deputado, certamente muito contrariado, porque não foi trocado no altar, mas já em pleno casamento e crente na fidelidade do cônjuge eleitoral. Pensava que a enquadrada que deu no PSB em local em 2020 fosse eternizar a gratidão do prefeito, sentimento que, na política, é tão firme como uma gelatina. Deve tentar fazer o mesmo agora, com os papéis invertidos. Certamente conversará com a governadora para que, no mínimo, não apareça na cidade. A neutralidade já seria um ganho político. Quem sabe assim precipite a ida do prefeito para o PSB, um caminho que parece natural. Raquel se cuide porque o amor político é efêmero, principalmente se ela chegar em 2026 sendo a Raquel que é hoje. 


Gisonaldo Grangeiro, "cearense" de Pernambuco, agrestino do Polo, professor efetivo da Rede Estadual de Educação do Estado do Ceará e da Rede Municipal de Educação de Fortaleza.

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