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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Irmão de Romero Jucá põe m… no ventilador

Depois de perder o cargo de diretor Conab por denúncias sobre a liberação de pagamentos a uma empresa fantasma, Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR), denunciou a Revista Veja da existência de um esquema de corrupção no Ministério da Agricultura comandado pelo PMDB e PTB, sob a tutela do ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), e do presidente da Conab, Evangevaldo Moreira Santos (PTB), com o objetivo de arrecadar dinheiro. “Ali só tem bandido.” – resumiu.

Foto: Agencia Brasil
Oscar Jucá Neto, o Jucazinho, ex-diretor da Conab, irmão do senador Romero Jucá, líder do governo no Senado, acusa o Ministro da Agricultura Wagner Rossi (PMDB), de corrupção explicita. 




O esquema de corrupção foi denunciado por Oscar Jucá Neto, o Jucazinho, irmão do senador Romero Jucá, líder do governo no Senado. Jucazinho foi exonerado na semana passada do cargo de diretor financeiro da Conab. A demissão aconteceu depois de da revista revelar que ele havia autorizado, sub-repticiamente, um pagamento de 8 milhões de reais a uma empresa-fantasma que já foi ligada à sua família e que hoje tem como “sócios” um pedreiro e um vendedor de carros - laranjas dos verdadeiros donos, evidentemente.
Foto: LulaMarques/Folhapress
Por causa da exoneração do irmão, Jucazinho, o senador Jucá está estremecido como o vice Michel Temer. Depois dessa denuncia do irmão o bicho vai pegar.

Jucazinho decidiu contar o que sabe porque atribuiu sua saída a uma armação de peemedebistas contra seu irmão - e também porque se sentiu humilhado com a exoneração. O caso azedou as relações entre o senador Jucá e o vice-presidente, Michel Temer, padrinho do ministro Wagner Rossi. Os dois trocaram ameaças e xingamentos por telefone.

Jucazinho não é nenhum santo, longe disso, sua Em entrevista a VEJA, Jucazinho contou que existe um consórcio entre o PMDB e o PTB para controlar a estrutura do Ministério da Agricultura com o objetivo de arrecadar dinheiro. Suas informações incluem dois casos concretos de negócios nebulosos envolvendo a Conab. Em um deles, a estatal estaria protelando o repasse de 14,9 milhões de reais à gigante do mercado agrícola Caramuru Alimentos. O pagamento foi determinado pela Justiça e se refere a dívidas contratuais reclamadas há quase vinte anos. O motivo da demora: representantes da Conab negociam um “acerto” para aumentar o montante a ser pago para 20 milhões de reais. Desse total, 5 milhões seriam repassados por fora a autoridades do ministério.

O segundo caso envolve a venda, em janeiro deste ano, de um terreno da Conab numa das regiões mais valorizadas de Brasília, distante menos de 2 quilômetros do Congresso e do Palácio do Planalto. Apesar de ser uma área cobiçada, uma pequena empresa da cidade apareceu no leilão e adquiriu o imóvel pelo preço mínimo: 8 milhões de reais – um quarto do valor estimado de mercado. O comprador, Hanna Massouh, é amigo e vizinho do senador Gim Argello do PTB, mandachuva do partido e influente na Conab. Nas mais de seis horas de entrevista, que pode ser lida na edição de VEJA desta semana, Oscar Jucá Neto não poupa seus antigos companheiros de ministério. Diz que o ministro Wagner Rossi lhe ofereceu dinheiro quando sua situação ficou insustentável. “Era para eu ficar quieto”, afirma. “Ali só tem bandido.”

O ministro da agricultura falou a Agência Brasil sobre a reportagem, dizendo que são infundados os argumentos apresentados pelo irmão de Romero Jucá e espera com essa conversinha mole escapar da degola, protegido atrás da cara de pau de Michel Temer.

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