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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Situação do lixão em Toritama é preocupante

A situação do lixão de
 Toritama, no
 Agreste pernambucano, 
vem se agravando 
nos últimos meses. Às margens
 da BR-104, o
 volume de resíduos 
é tamanho que
 já tomou o acostamento 
da via em alguns trechos.
 Mas  o problema não é
 só o risco ao trânsito, pois todo tipo de resíduos são encontrados
 no local. Os caminhões coletores despejam materiais orgânicos,
 recicláveis e até hospitalares, de acordo com os catadores.
 Outra realidade que chama a atenção é a presença de
 crianças entre os entulhos à procura de materiais que possam
 ser vendidos.

Cerca de dez pessoas realizam a coleta de materiais recicláveis.

 A pequena associação foi criada informalmente pelos próprios
 catadores. E são eles os primeiros a destacarem os principais
 problemas do lixão. “Faz muito tempo que não passa a máquina
 para retirar (o lixo). E está um perigo porque cada dia chega
 mais perto da BR”, comentou o catador José Martins, de 50 anos.

Ainda segundo o catador, os resíduos que invadem pista 

causam acidentes. “Já teve muito acidente por aqui, inclusive
 com morte”, disse Martins. Os motoristas que utilizam a 
rodovia também reclamam das queimadas. “Isso é uma vergonha.
 Quando tem queimada ninguém vê nada na pista”, disse o 
cambista Severino de Andrade, 64.

Os catadores denunciaram ainda o despejo indiscriminado de lixo.

 “Até caixão de defunto e pé de gente morta a gente já encontrou”,
 revelou Sebastião do Nascimento, 50. Para se proteger, 
a catadora Maria Cícera da Silva, 57, usa luvas, botas, calça, 
camisa comprida e chapéu. “Trabalho aqui há nove anos e
 já encontrei muita coisa. Quando a gente percebe que a bolsa 
é de material de hospital a gente joga para longe com medo”, 
revelou a mulher.

A denúncia sobre lixo hospitalar no local foi reforçada pelo 

catador Fabiano de Lima, 26. “Tem um tanque que é para 
queimar o material que vem do hospital, mas eu mesmo 
nunca vi funcionando”, comentou. Além disso, os dejetos do
 matadouro público da cidade também são jogados no terreno.
 O caminhão do matadouro chega sem cerimônia pelo menos
 três vezes por semana ao local.

Todo o relato da situação do lixão de Toritama foi repassado

 à nova promotora pública da cidade, Milena Conceição Santos,
 que assume o cargo em Setembro. “Este é um problema
 complicado, que sugere, no mínimo, a retirada do (lixão do)
 local”, frisou. Em anos anteriores, o MPPE firmou Termos 
de Ajustamento do Conduta (TAC) com a prefeitura, que não
 foram cumpridos.

FONTE: NE10

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