"Em santa cruz uma mulher não pode nem parir. É preciso correr, arriscar sua própria vida para ter um filho fora"

Foi com essas e outras declarações fortes que a mãe do pequeno Derquian Tiago Leite de Lima (5 anos), que faleceu na última sexta-feira graças a negligência no Hospital Materno Infantil de Santa Cruz do Capibaribe, Simone Mendes Leite falou aos ouvintes da Rádio Vale AM hoje (17) pela manhã. Confiram o desabafo da mãe: ´´Eu cheguei às 3h da tarde com meu filho com febre, ele tinha sido cirurgiado (garganta) e na sexta pela manha começou uma febre. Eu dei o medicamento e esperei, ai a tarde a febre começou a subir, cheguei as 3h no hospital falei com o moço expliquei que ele estava cirurgiado e precisava entrar na frente. O médico demorou a tomar a decisão de que ele precisava passar para outro hospital. Meu filho chegou às 3h era para tomar só meio soro e ele tomou 3 soros. Eu procurei a enfermeira para tirar o soro e ela foi arrogante e disse que não ia, pois estava falando ao celular com sua filha que mora longe. Então eu procurei o médico e avisei que meu filho estava com muita febre e ele disse que não ia lá. Então eu fui novamente à enfermeira e ela quis aplicar soro novamente. Procurei uma tal de ´´nega`` para que ela aplicasse o soro e ela disse ´´mãe você quer aumentar para matar seu filho é? e saiu``. Negligência médica ´´Meu filho estava muito mal e ai eu procurei o médico e ele disse ´´eu vou tomar café e já volto``. As enfermeiras não ficavam em cima, eu quem fiz a compressa. Todos foram tomar café e eu fiquei na espera. E quando voltaram já eram quase 8h. Ai foi que o médico veio para colocar o balão de oxigênio. Meu filho teve mais de três paradas respiratórias. Meu filho teve convulsão e quando chegou em Caruaru a médica disse que meu filho já chegou morto``. O atraso na chegada da ambulância ´´A ambulância só chegou às 10h e só saiu 10h e 30min da noite do Hospital Materno Infantil. E o médico só dizia ´´mãe se acalme``. Eu já estava preocupada e sem forças. O SAMU disse que não foi avisado. E o médico não liberava porque sabia que era grave. Nós pedimos a ambulância de Toritama e não tinha. E cadê a ambulância do hospital de Santa Cruz? Uma cidade tão grande e só tinha um ambulância, e não fica disponível quando tem uma emergência``. Nem lençol tem no Hospital Materno Infantil A mãe relatou o descaso no Hospital Materno Infantil, que nem mesmo um lençol para enrolar seu filho disponibilizou:  ´´Pediram um lençol e eu disse ´´ai dentro não tem nem um lençol?``. Em uma policlínica infantil não ter nem uma fralda? Eu pedi a minha prima para entrar na ambulância porque se eu entrasse eu quebrava tudo, pois eu vi que meu filho estava morrendo. Chegando em Toritama disseram que ele tinha tido outra parada. Quando chegamos em Caruaru entrou para o Regional porque não dava tempo chegar em recife. E quero destacar que no Regional fomos bem atendidos. Os médicos disseram se ele tivesse chegado 5h da tarde teríamos conseguido mais ele já veio morto de lá``. A mãe (Simone) desabafou sobre os discursos de que a família estaria envolvendo política na história: ´´Muita gente fala que é coisa de partido e não é porque quando alguém é prefeito, é prefeito de todos. Quem ganhar pelo amor de deus não prometa tanto mais faça alguma coisa pela saúde.  Mãe antes de colocar teu filho alô vê se não é melhor vender uma moto um carro, pegar dinheiro emprestado mais não entra ali não. Aquilo é um museu, a cama não é forrada e  não tem lençol``. NA ENTREVISTA PERCEBÍAMOS A DOR DA MÃE QUE PERDEU SEU ÚNICO FILHO:  ´´hoje em dia as pessoas não estão nem ai para sentimentos, não perca tempo ame um ao outro, tenha amor e não perca nunca de dizer te amo a quem você ama. Todos os dias meu filho dizia ´´mainha eu te amo``. Hoje eu posso dizer que estou pobre, porque perdi minha vida, que era meu flho``. EU TRADUZO EM POUCAS PALAVRAS O SENTIMENTO DE TODOS: VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA, GESTÃO MUNICIPAL PÍFIA. Do Blog do Melqui