“Se você conhece o inimigo e
conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem
batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo,
para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se
você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá
todas as batalhas.” (Zun Tsu - A Arte da Guerra)
Por Soeli de Oliveira
Com
certeza você já deve ter lido a frase acima na literatura
que trata sobre estratégia empresarial. Atribuída a Sun Tzu,
datada do século IV A.C., é citada com frequência por
inúmeros autores para enfatizar a importância de se conhecer
os clientes, concorrentes, fornecedores e a nós mesmos.
Se prestarmos atenção no
padrão linguístico usado pelas pessoas com as quais nos
relacionamos, captaremos preciosas informações sobre como
elas decidem, ficando mais fácil vender para elas.
1. Atitude: Pessoas
Proativas x Reativas
Pessoas proativas são as que iniciam ações,
sendo, às vezes, bastante impulsivas. São rápidas na decisão
de comprar. Linguisticamente, caracterizam-se pelo uso de
verbos ativos. Exemplo: “Eu gosto de ganhar dinheiro”.
Pessoas reativas sempre esperam que os outros
tomem a iniciativa. Estas pessoas não compram – esperam que
alguém venda para elas. Linguisticamente caracterizam-se
pelo uso de verbos passivos. Exemplo: “Eu gostaria de ganhar
dinheiro”.
2. Valores: Estados mentais
que nos são importantes, codificados em palavras
Os valores são
representados pelas palavras-chave que codificam estados
mentais importantes. As pessoas não compram produtos,
serviços ou ideias, mas estados mentais que são importantes
para elas. Na prática você descobre os valores de uma pessoa
em determinado contexto perguntando-lhe: ”O que é importante
para você...? Exemplos:
Um vendedor de carros perguntará ao seu
cliente: - ”O que é importante para você num carro"?” Um corretor
de imóveis perguntará: -”O que é importante para você em uma
casa?”
3. Direção: Buscar prazer
ou evitar a dor
No processo de venda, é
importante saber qual é a direção do comprador. A
motivação das pessoas depende basicamente do direcionamento
que dão às suas vidas. Elas podem direcioná-las tanto para buscar
prazer quanto para evitar sofrimento. O número
de pessoas que buscam prazer é quase tão grande
quanto o daquelas que evitam o sofrimento, cerca de
40% em cada caso. Das que fazem tanto uma coisa quanto outra
é bem menor, 20%. Suponha que, tendo perguntado ao comprador
–”O que é importante num carro?” (valores), ele tenha
respondido: segurança, economia e conforto. Então, para
identificar a direção dele, pergunte-lhe: - “O que vai lhe
proporcionar a obtenção de segurança, economia e conforto?”
(critérios).
4. Fonte de motivação:
interna e externa
Existem duas fontes de
motivação: interna e externa. Pode-se dizer que 50% das
pessoas são automotivadas e 50% dependem de uma fonte
externa de motivação. Na prática, se você estiver vendendo
um carro novo para um comprador e souber que a opinião
alheia tem grande influência nas decisões dele (motivação
externa), dê-lhe estímulo em nome de outras pessoas,
dizendo coisas como, por exemplo: - “Seu pai seria o
primeiro a cumprimentá-lo pela compra deste carro...” Já se
estivesse vendendo para uma pessoa automotivada,
você poderia argumentar a vontade, mas deve sempre terminar
a conversa dizendo algo como: -”... no entanto, a decisão
final é sua!” ou –”... afinal, você sabe o que é bom para
você!” Quando a fonte de motivação é interna, a pessoa
decide por si só; quando é externa, ela depende de algo dito
pelos outros. Lidando com pessoas que têm fonte de motivação
externa, lembre-se: elas preferem que você lhes venda em vez
de tomarem a decisão de compra por si mesmas.
5. Decisão: Por semelhança
ou diferença
O nosso cérebro decide por
semelhanças ou diferenças, de forma consciente ou
automática. Decidem por semelhança as pessoas que
costumam usar as seguintes palavras: igual, como esta, da
mesma forma, etc. E, decidem por diferença as que
utilizam mais as palavras: mas, diferente, eu não sei, nada
mal, provavelmente, etc. Para identificar se o cliente
decide por semelhanças ou diferenças, pode-se perguntar:
-"Qual é a relação entre duas coisas?” Ouvindo com atenção
as palavras utilizadas por ele para explicar. Por exemplo: -
“Comparando a sua vida hoje com a sua vida 10 anos atrás, o
que você diria?”
O tempo é o recurso mais
escasso dos vendedores. Agregue estes novos conhecimentos na
forma de se comunicar com seus clientes que com certeza você
irá vender muito mais em menos tempo.
Soeli de Oliveira é
consultora e palestrante do Instituto Tecnológico de
Negócios nas áreas de marketing, varejo, atendimento e
motivação. E-mail: soeli@sinos.net –
Novo Hamburgo – RS
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