O
livro reportagem, “As presas - sobre o harém de Kadafi” , da jornalista
do Le Monde, Annick Cojean, conta o horror dos porões do palacio do
ditador líbio, onde mulheres, homens e crianças viviam como
prisioneiros, para satisfazer o doentio apetite sexual do ditador, que
utilizava-se de até quatro vítimas diárias.
Ex-presidente líbio mantinha, segundo o livro, mulheres, homens e menores de ambos os sexos como escravos sexuais, em Trípoli. Costumava estruprar menores de ambos os sexos.
As orgias e depravações sexuais dos filhos de Muamar Kadafi são de conhecimento público, mas pouco se sabe da intimidade do ex-ditador líbio, morto no ano passado.
Em entrevista ao jornal espanhol “El País”, a jornalista Annick Cojean, autora do livro “As presas”, conta detalhes do apetite sexual insaciável do ex-presidente, que além de violar mulheres, abusaria também de homens, incluindo seus próprios ministros e embaixadores, e teria ao menos quatro relações sexuais por dia. O livro, recém-lançado na França, retrata um Kadafi megalomaníaco, vaidoso e cínico.
- Muitos o viam como um predador de mulheres, mas não podíamos imaginar seu nível de barbárie, sadismo e violência - disse Annick.
Soraya, uma das jovens cujo relato está presente no livro, tinha 15 anos quando, em 2004, foi sequestrada por 'olheiros' de Kadafi após entregar um buquê de flores para ele durante uma cerimônia em sua escola. O ex-líder aceitou o presente e colocou a mão sobre a cabeça da menina. Soraya disse que só mais tarde percebeu que o sinal queria dizer "eu quero essa".
No dia seguinte, mulheres em uniformes apareceram no salão de beleza de sua mãe em Sirte e explicaram que Kadafi queria a menina para outra "cerimônia de buquê". Ela foi levada, viajou horas por um deserto, teve seu sangue tirado e os seios medidos antes de ser desnuda e depilada. Após ser vestida com uma pequena calcinha e um vestido justo de cetim branco, ela foi levada ao quarto de Kadafi, onde o encontrou já pelado.
As mulheres que escoltavam Kadafi, nas suas viagens, eram, na verdade, escravas sexuais
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"Ele
segurou a minha mão e me forçou a sentar ao seu lado na cama", contou
Soraya, acrescentando que não se atreveu a encará-lo. "Ele disse: 'não
tenha medo. Eu sou o seu papai. Não é assim que vocês me chamam? Mas
também serei seu irmão e amante, porque você ficará e viverá comigo para
sempre'". A jovem afirmou que tentou resistir e foi então foi enviada
para ter lições com Mabrouka, mulher responsável pelo harém de Kadafi,
que recebeu ordens para educá-la e trazê-la de volta.
De acordo com o livro, Kadafi repetidas vezes estuprou, espancou e urinou em cima da adolescente nos cinco anos que ela passou em cativeiro. Algumas vezes outras garotas estavam presentes nos seus encontros com o líder. Quando alguma delas fazia sexo oral em Kadafi, ele dizia para Soraya "assistir e aprender". Segundo a jovem, Kadafi estava sempre drogado e obrigava suas vítimas a cheirar cocaína, fumar, beber e dava filmes pornôs para a jovem ver como "dever de casa" .
Outra vítima, Houda, relatou à jornalista francesa que concordou em fazer sexo com Kadafi após ele prometer libertar o seu irmão. Ela tinha 18 anos na época do primeiro encontro. Kadafi teria abusado dela nos próximos cinco.
Famoso por sua tirania, os relatos no livro ajudam a trazer luz sobre o misterioso exército de mulheres em uniforme que sempre escoltava Kadafi em suas viagens. De acordo com a obra, em vez de fazer a segurança do líder, elas eram suas escravas sexuais e Kadafi adotava o estupro como prática diária. O ex-líder, morto em 2011 ao fim da revolução que tomou conta da Líbia, também estupraria meninos com frequência, segundo relatos de vítimas.
Como Soraya, eram muitas mulheres e até alguns homens, vivendo como escravos sexuais. Alguns ficavam por dias, outros por anos sob o domínio do ditador. O fluxo era constante para saciar o apetite sexual de Kadafi, que mantinha relações com quatro pessoas por dia, segundo as testemunhas entrevistadas por Annick.
- Algumas me falaram de 30 mulheres presas ao mesmo tempo, mas é impossível comprovar, havia muitas idas e vindas e os movimentos eram restritos. Não tinham muito contato umas com as outras - disse a jornalista.
>Qualquer evento poderia ser usado para encontrar novas presas sexuais, incluindo viagens ao exterior, diz Annick. Segundo a jornalista, qualquer lugar poderia ser usado para saciar o apetite do líder. Nos porões da Universidade de Trípoli, por exemplo, rebeldes encontraram um quarto, com uma enorme cama ainda feita e uma hidromassagem com detalhes de ouro.
Mas a obsessão sexual de Kadafi também era uma arma de poder. O ditador usava o sexo para punir seus desafetos políticos, contou um ex-membro do regime, afirmando que o líder abusava sexualmente com alguns de seus ministros, condenados à desonra, e elaborava estratégias para seduzir mulheres de chefes de Estado africanos e embaixadores.
- Cada vez que queria se posicionar como vencedor frente a um chefe tribal, de Estado ou um opositor qualquer, prometia que poderia dar dinheiro para uma fundação, diploma de estudo, para sua mulher, sua filha. Uma desculpa para um convite até o complexo de Bab al-Aziziya. O simples fato de ter transado com a filha de um deles o fazia se sentir triunfal - disse Annick.
De acordo com o livro, Kadafi repetidas vezes estuprou, espancou e urinou em cima da adolescente nos cinco anos que ela passou em cativeiro. Algumas vezes outras garotas estavam presentes nos seus encontros com o líder. Quando alguma delas fazia sexo oral em Kadafi, ele dizia para Soraya "assistir e aprender". Segundo a jovem, Kadafi estava sempre drogado e obrigava suas vítimas a cheirar cocaína, fumar, beber e dava filmes pornôs para a jovem ver como "dever de casa" .
Outra vítima, Houda, relatou à jornalista francesa que concordou em fazer sexo com Kadafi após ele prometer libertar o seu irmão. Ela tinha 18 anos na época do primeiro encontro. Kadafi teria abusado dela nos próximos cinco.
Famoso por sua tirania, os relatos no livro ajudam a trazer luz sobre o misterioso exército de mulheres em uniforme que sempre escoltava Kadafi em suas viagens. De acordo com a obra, em vez de fazer a segurança do líder, elas eram suas escravas sexuais e Kadafi adotava o estupro como prática diária. O ex-líder, morto em 2011 ao fim da revolução que tomou conta da Líbia, também estupraria meninos com frequência, segundo relatos de vítimas.
Capa da versão francesa do livro sobre os crimes sexuais de Kadafi
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Como Soraya, eram muitas mulheres e até alguns homens, vivendo como escravos sexuais. Alguns ficavam por dias, outros por anos sob o domínio do ditador. O fluxo era constante para saciar o apetite sexual de Kadafi, que mantinha relações com quatro pessoas por dia, segundo as testemunhas entrevistadas por Annick.
- Algumas me falaram de 30 mulheres presas ao mesmo tempo, mas é impossível comprovar, havia muitas idas e vindas e os movimentos eram restritos. Não tinham muito contato umas com as outras - disse a jornalista.
>Qualquer evento poderia ser usado para encontrar novas presas sexuais, incluindo viagens ao exterior, diz Annick. Segundo a jornalista, qualquer lugar poderia ser usado para saciar o apetite do líder. Nos porões da Universidade de Trípoli, por exemplo, rebeldes encontraram um quarto, com uma enorme cama ainda feita e uma hidromassagem com detalhes de ouro.
Mas a obsessão sexual de Kadafi também era uma arma de poder. O ditador usava o sexo para punir seus desafetos políticos, contou um ex-membro do regime, afirmando que o líder abusava sexualmente com alguns de seus ministros, condenados à desonra, e elaborava estratégias para seduzir mulheres de chefes de Estado africanos e embaixadores.
- Cada vez que queria se posicionar como vencedor frente a um chefe tribal, de Estado ou um opositor qualquer, prometia que poderia dar dinheiro para uma fundação, diploma de estudo, para sua mulher, sua filha. Uma desculpa para um convite até o complexo de Bab al-Aziziya. O simples fato de ter transado com a filha de um deles o fazia se sentir triunfal - disse Annick.
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