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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

ATEÍSMO X CRISTIANISMO: QUAL A POSIÇÃO MAIS RACIONAL?

Eu tenho vários motivos pra pensar que o ateísmo é uma posição mais coerente que o cristianismo. Aqui apresentarei cinco argumentos em favor do ateísmo e contra o cristianismo. Não poderei explorar cada argumento em seus por menores, mas espero apresentá-los com sucesso.
Meus cinco argumentos são:
1.      Argumento da Imperfeição
2.      Argumento da Descrença
3.      A incoerência de Deus
4.      Conexão Mente-cérebro
5.      O problema do Sofrimento


ARGUMENTO DA IMPERFEIÇÃO

1.      Um deus todo-poderoso, amoroso e perfeito criaria uma natureza perfeita
2.      A natureza é caótica, cruel, repleta de aberrações
3.      Portanto, esse deus não existe

Penso que não tem muito o que se discutir sobre minha primeira premissa. Parece lógico que um deus todo-poderoso, amoroso e perfeito criaria uma natureza perfeita. Pareceria contraditório acreditar que um deus perfeito criaria algo imperfeito.
O que devemos analisar é se minha primeira premissa se sustenta. Um dos argumentos usados em favor da existência de Deus é a complexidade, beleza e afinação da natureza. Muitos me dizem: “olhe ao seu redor, a sintonia perfeita da natureza, cada coisa em seu devido lugar. Olhe nossos corpos, as plantas, as flores, o sistema solar, a distância entre os planetas, etc.”. Eu concordo que a natureza e o universo são incrivelmente complexos e há muitas coisas realmente belas. Mas um olhar mais aguçado perceberá algo mais que isso. Coisas como AIDS, câncer, rubéola, varíola, sarampo, tumores cerebrais, paralisia infantil, sindrome de Down, gripe, tuberculose, hanseníase, eclampsia, vírus e bactérias mortais, pessoas nascendo com deficiências físicas ou mentais, meteoritos se chocando com nosso planeta (lembram do asteróide que atingiu a a Terra e devastou tudo?), extinções em massa (mais de 90% da vida na Terra já foi extinta e os seres humanos não são responsáveis por isso!), me fazem discordar que a natureza seja tão afinada como afirmam. Eu poderia citar muitos outros exemplos, mas esses já são suficientes para mostrar que a natureza não é nada afinada.
Alguns podem me retrucar alegando que isso ocorre devido a desobediência de Adão ou Eva, que isso é culpa do ser humano ou que se trata de um plano divino. Nenhuma dessas respostas me parece bem sucedida, mas não vou comentá-las aqui.
Portanto, a crueldade, o caos e os erros observados na natureza, nos mostra que não existe nenhum deus todo-poderoso, amoroso e perfeito por trás. Alguns afirmam que Deus é o arquiteto do universo. Se ele é mesmo um arquiteto, ele devia ser demitido.


ARGUMENTO DA DESCRENÇA

1.      Evidências realmente fortes em favor da existência desse deus, levaria muitos a acreditarem nesse deus
2.      O fato de tantos povos, culturas, filósofos, pensadores e cientistas não acreditarem nesse deus, mostra que as evidência em favor desse deus são fracas
3.      Evidências fracas em favor desse deus, nos dar um bom motivo pra pensar que esse deus não existe

Se a existência de Deus é tão clara e evidente, por que hindus, budistas, deístas, agnósticos, ateus, nativos indígenas, antigos nórdicos, gregos, romanos e egípcios não acreditam nesse deus? Se a existência desse deus é tão visível por que isso aconteceu e ainda acontece? Se a mensagem e os propósitos desse deus são tão claros e evidntes, por que há tantas religiões? Por que há tantas disputas e acusações teológicas até mesmo dentro do cristianismo? Temos milhares de denominações que se chocam entre si. Adventistas, católicos, batistas, luteranos, presbiterianos, assembleianos e muitos outros. Se a palavra de Deus é tão fácil de ser aprendida, por que essas denominações se acusam de seitas ou falsas doutrinas?

Muitos cientistas, filósofos e pensadores já acreditaram ou tentam acreditar nesse deus, mas não são convencidos. Até mesmo muitos cristãos rejeitam alguns argumentos em favor da existência de Deus. Todos essas pessoas, povos e culturas são cegos, loucos, mentirosos e ignorantes? Seria insanidade afirmar que sim.

Penso que temos duas explicações para isso: primeiro, a crença nesse deus se trata de um acidente histórico e cultural. Se você tivesse nascido e vivido entre os nativos que habitavam o Brasil antes dos europeus chegarem, você acreditaria nas mesmas divindades que os nativos acreditavam. Semelhante coisa ocorreria se você tivesse nascido e vivido entre os antigos gregos ou entre os maias ou os astecas. Sua crença no deus da bíblia é apenas resultado de um processo histórico.

 A segunda explicação é que a existência desse deus não é tão clara e evidente. Um deus todo-poderoso  que se preocupa com cada um, romperia facilmente barreiras históricas ou culturais. Se as evidências de sua existência fossem realmente boas, elas passariam por cima de questões culturais, históricas ou até mesmo geográficas. Mas não é isso que acontece.

Existem pessoas que realmente queria acreditar nesse deus! Por que Deus não as convence de sua existência? Se Deus é todo-poderoso e me ama, por que ele não me convence de sua existência? Por que ele não convence os milhões de hindus, de budistas?
As evidências a favor da existência de Deus são claramente fracas. Isso me dar um bom motivo pra pensar que ele não existe. Se realmente existisse um deus todo-poderoso, que se preocupa com cada pessoa, independente de sua época, cultura ou crença, a situação seria bem diferente.


A INCOERÊNCIA DE DEUS

1.      Algo que em si encerra um contradição não pode existir
2.      Os atributos de Deus são contraditórios
3.      Portanto, Deus não existe

Se eu dissesse a você que encontrei um círculo quadrado, você não acreditaria em mim. Afinal, um círculo quadrado não faz o menor sentido. Você não precisaria provar que estaria errado. Minha proposição se destrói por si mesma. Assim seria se eu disse que conheço um mudo que fala perfeitamente o idioma português, o francês e espanhol. Ora, mudos não falam!

Analisando os atributos de Deus, encontramos muitas contradições. Vejamos: Deus é puro espírito, mas criou a matéria e interage com ela; Deus tem sentimentos e pensamentos, mas não tem cérebro; Deus é um ser pessoal, mas é imaterial, atemporal, não tem corpo, não ocupa lugar no espaço; não existia absolutamente nada, mas Deus já existia e do nada criou tudo; pense nisso: não existia absolutamente nenhum átomo, não havia espaço nem tempo. Não havia nada! Mas Deus, sem corpo, puro espírito, criou a matéria e interage com ela. Tudo isso é completamente desprovido de sentido! Deus ouve, mas não tem ouvidos; ver, mas não tem olhos. A ideia de um deus antropomórfico, pregada pelo cristianismo, é algo vazio, ingênuo. 

Certa vez, em um debate, pedi uma definição de Deus. Meu oponente não teve sucesso em dar uma definição coerente do que seja esse deus. Ficou a forte impressão que nem mesmo ele sabia o que era o deus no qual ele acreditava.
Lembra do círculo quadrado? Pois bem, Deus é igual ao um círculo quadrado.


CONEXÃO MENTE-CÉREBRO

1.      Para que exista vida após a morte, é necessário que nossa consciência (pensamentos e sentimentos) sobrevivam a destruição do nosso cérebro
2.      Nossa consciência depende de nosso cérebro
3.      Com a destruição de nosso cérebro, deixamos de existir

O Dualismo diz basicamente que nossa mente é independente de nosso cérebro. Hoje, a maioria dos neurofisiologistas e filósofos da mente discordam dessa visão. Eles defendem que nossa mente depende de nosso cérebro. Não é preciso adotar um materialismo reducionista para se discordar do dualismo. Alguns defendem que a mente não é algo material, mas que depende do cérebro (que é matéria) para existir.
O cristianismo prega existir vida após a morte, seja no céu ou no inferno. Pouco imporrta a concepção que se tenha sobre céu e inferno. Meu argumento se dirige contra a ideia que existe vida após a morte. Mas se nossa consciência deixa de existir quando nosso cérebro é destruído (quando morremos) a crença numa outra vida é refutada.

Não é difícil constatar que nossos pensamentos e sentimentos dependem de nosso cérebro. Um idoso pode apresentar problemas de memória, uma pessoa que sofre uma lesão no cérebro pode sofrer alterações drásticas de comportamento e personalidade. Drogas podem nos acalmar ou nos deixar em extâse. Lesões cerebrais podem nos deixar com problemas de raciocínio, memória, movimentos, etc. Ora, se nossos pensamentos e sentimentos fossem independente do cérebro, essas coisas não ocorreriam!

Quando morremos, não teremos mais consciência (pensamentos e sentimentos). Ou seja, deixaremos de existir. Alguns dizem que no inferno sofreremos. Se não terei corpo nem cérebro, não terei sensações, pensamentos ou sentimentos. Então, sofrerei com o quê? Não sentirei dor, fome, sede, tristeza, medo, saudade, já que não terei corpo nem cérebro.
Esse argumento refuta a crença em uma vida após a morte. Portanto, refuta a crença cristã no céu e no inferno. É mais racional pensarmos que tais coisas se tratam apenas de mitos.


O PROBLEMA DO SOFRIMENTO

1.      Um deus amoroso auxilia inocentes e indefesos
2.     Inocentes e indefesos sofrem crucialmente sem nenhum auxílio
3.     Portanto, esse deus não existe
Deus, segundo afirmam, é amoroso. Mediante ao sofrimento em escala alarmante, mediante ao que inocentes e indefesos sofrem, acho implausível que exista mesmo um deus amoroso.
Quero deixar bem claro que não estou culpando Deus pelo sofrimento. Isso seria contraditório, já que não acredito que ele exista. A questão é: se existe um deus amoroso, por que inocentes e indefesos são torturados, morrem de fome, sofrem injustiças e são assassinados de forma cruel?

Vejamos alguns exemplos: milhões de crianças morreram de fome; inúmeras são estupradas e mortas; inúmeras foram despedaçadas por tiros e bombas; inúmeras são vítimas de assassinatos e doenças que as devoram lentamente;
Por que um deus amoroso fica olhando isso acontecer e não faz nada?

Alguns dizem que é culpa do ser humano, e eu concordo em partes. O culpado de tanto sofrimento no mundo é mesmo os seres humanos. Mas não podemos generalizar! Que culpa essas crianças tiveram? Que culpa uma criança de 3 anos tem de ter sido estuprada e morta? Que culpa milhões de crianças tem de terem morrido de fome ou doentes? Em muitos casos, a culpa é de outras pessoas. Mas como um deus amoroso fica olhando inocentes pagando pelo erro dos outros?

Uma das mal sucedidas respostas para esse problema é o livre arbítrio. Cada ser humano é livre pra agir como quer. Isso faz sentido. Mas onde está o livre arbítrio das vítimas? Você escolhe ser vítima de roubo seguido de morte? Uma criança escolheu ser violentada e morta? Parece que o livre arbítrio só vale para aos agressores, não é verdade? Mas se Deus interferisse estaria violando o livre arbítrio? Óbvio que não! Quando Deus auxilia alguém ele está violando seu livre arbítrio? Quando Deus ajudou o povo de Israel no deserto, quando curou enfermos, quando auxiliou em guerras, ele estava violando o livre arbítrio? Se Deus ajudasse inocentes e indefesos em momento cruciais, estaria violando o livre arbítrio?
Alguns defendem que essas coisas acontecem por que é plano de deus. Que está tudo determinado por ele. Estranho que um ser amoroso tenha em seus planos, tanto sofrimento, dor, medo, desespero, doenças, estupros, guerras, torturas, racismo, mortes e mais mortes. 

Outros defendem que Deus tem uma felicidade eterna pra essas crianças. Ou seja, todo esse sofrimento foi apenas uma pegadinha. Se Deus queria que essas crianças fossem salvas, ele não poderia ter evitado tanto sofrimento gratuito?

Deus pode acabar com o sofrimento, mas não quer? Então, não é benevolente. Deus quer acabar, mas não pode? Então, não é todo-poderoso. Deus quer e pode? Então, por que há tanto sofrimento? Deus não quer acabar e não pode? Então, não é Deus.

Penso que esses cinco argumentos formam um forte caso contra o cristianismo e a favor do ateísmo. Para que isso seja refutado, é necessários que esses argumentos sejam refutados e argumentos positivos sejam colocados em favor do cristianismo. Enquanto isso não acontecer, devemos pensar que o ateísmo é uma posição mais racional que o cristianismo.


(Carlos Wilker)


Observação: A crenças contidas nesse texto é de inteira responsabilidade do autor do texto, o professor Carlos Wilker, não condizendo com a opinião do Blog.

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