"Não há racismo no futebol, mas sim
em todos os setores da sociedade, e faz muito tempo", declarou Pelé em
visita a um fórum agrícola na cidade de Ribeirão Preto, no interior de
São Paulo. "Foi uma coisa tão banal, só um cara que lançou uma banana,
acredito que fizeram tempestade em copo d'água", completou.
Para
o rei do futebol, o caso de Daniel Alves não é algo comum no esporte
mais popular do país, considerando que são poucos as situações
semelhantes se comparadas ao número de campeonatos de futebol que
existem no mundo. Ele ainda lembrou dos seus tempos como jogador, quando
os objetos jogados no gramado eram ainda mais preocupantes.
"No meu tempo jogavam jaca, manga...", disse.
Na última terça-feira, Daniel Alves descascou e comeu uma banana que
foi lançada contra ele, quando se preparava para fazer uma cobrança de
escanteio na partida contra o Villareal. A atitude foi tomada pelo
jogador para tirar o significado do ato racista cometido por um torcedor
do Villareal e ganhou grande repercussão internacional, motivando a
campanha #somostodosmacacos, inciada por Neymar e idealizada pela
agência de publicidade Loducca.
A campanha foi muito difundida,
inclusive por diversos jogadores como Lucas, Mario Balotelli e Luis
Suarez e celebridades, como Ivete Sangalo, Michel Teló e Luciano Huck.
Este último chegou a lançar uma camiseta com o slogan da campanha, mas
foi duramente criticado.
Autor do ato que gerou tanta
repercussão, Daniel Alves aponta hipocrisia de quem critica a campanha e
lembra de que é preciso prestar atenção ao objetivo e não ao contexto
da ação.
"É hipocrisia criticar uma campanha contra o racismo.
Os críticos estão se apegando ao contexto (o episódio da banana), e não
ao objetivo, que é conscientizar as pessoas de que somos todos humanos e
somos todos iguais", disse o lateral, em entrevista à BBC.
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