Cantada em verso e prosa em notas cifradas nas revistas
nacionais e colunas de política, estourou hoje nos sites de notícias
nacionais a informação de que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto
Costa deu o nome de 12 senadores, 49 deputados federais e um governador
na parte de sua delação premiada que trata de políticos. Os envolvidos
seriam de três partidos: PT, PMDB e PP.
A Veja deste final de semana promete trazer os nomes dos supostos
beneficiários. “Conheça, nesta edição de VEJA, detalhes dos depoimentos
que podem jogar o governo no centro de um escândalo de corrupção de
proporções semelhantes às do mensalão”, promete a revista.
Paulo Roberto Costa foi responsável pela obra mais cara da Petrobras,
a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, cujo preço final pode
ultrapassar R$ 40 bilhões.
Segundo a Polícia Federal, os contratos eram superfaturados e o
sobrepreço era repassado pelas empreiteiras ao doleiro Alberto Youssef. O
doleiro, por sua vez, cuidaria da distribuição do suborno aos
políticos.
O ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto
Costa foi preso em março pela Polícia Federal, sob a acusação de
participar de um mega esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo
doleiro Alberto Youssef. Ele aceitou recentemente os termos de um acordo
de delação premiada e teria começado a falar.
O ex-executivo estaria em pânico com a perspectiva de ser condenado a mais de 30 anos de prisão.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, o depoimento chegou no
começo desta semana ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que o
ministro Teori Zavascki homologue o acordo.
O jornal informa que Paulo Roberto Costa decidiu fazer uma delação
premiada no último dia 22, depois que a Polícia Federal fez buscas em
empresas de suas filhas, de seus genros e de um amigo dele, todas no Rio
de Janeiro. Em uma das empresas, a Polícia Federal encontrou indícios
de que Costa tem mais contas no exterior.
Em junho, a Suíça comunicou as autoridades brasileiras de que Costa e
seus familiares tinham US$ 23 milhões em contas secretas naquele país. O
ex-diretor havia negado à polícia que tinha recursos no exterior.
A existência das contas na Suíça foi o motivo alegado pelo juiz
federal Sergio Moro para decretar a prisão de Costa pela segunda vez, em
11 de junho.
De acordo com a Veja, no prédio da PF em Curitiba, ele vem sendo interrogado por delegados e procuradores.
“Os depoimentos são registrados em vídeo — na metade da semana
passada, já havia pelo menos 42 horas de gravação. Paulo Roberto acusa
uma verdadeira constelação de participar do esquema de corrupção. Aos
investigadores, ele disse que três governadores, seis senadores, um
ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais embolsaram ou
tiraram proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da estatal”.
“Ele esmiúça, além disso, a lógica que predominava na assinatura dos
contratos bilionários da Petrobras – admitindo, pela primeira vez, que
as empreiteiras contratadas pela companhia tinham, obrigatoriamente, que
contribuir para um caixa paralelo cujo destino final eram partidos e
políticos de diferentes partidos da base aliada do governo.”
Do Blog do Jamildo
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