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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O PAPA FRANCISCO E O HOMOSSEXUALISMO

Na Folha de São Paulo, o jornalista Josias de Souza sempre escreve sobre política partidária e acompanha com atenção as campanhas políticas pelo país. Num artigo publicado recentemente, porém, o colunista abordou com lucidez e sabedoria o tema do homossexualismo. Ele condena a homofobia e cita o Papa Francisco para reforçar seus argumentos. Confira.
O ano passado, instado a dizer o que pensa sobre os homossexuais, o papa Francisco soara assim: “Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade quem sou eu para julgar?''. Fiquei surpreso. Incréu, jamais compreendi o descaso da Igreja para com as sagradas escrituras .
No versículo 34 do capítulo 13, o livro de João anota: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.” Jesus disse isso antes do início do calvário que o levaria à crucificação. Foi como se ditasse um testamento.
A despeito das palavras Dele, a Igreja sempre amou de forma seletiva. Imagine se Jesus retornasse para sussurrar o mandamento nos ouvidos das batinas: “amai, irmãos, amai como eu vos amei.” Seus operadores responderiam, crispados de bondade: “Só aos heterossexuais, ó, Senhor. Só aos heterossexuais.”
Súbito, o papa convocou um Sínodo. E incluiu os gays na pauta dos bispos. Nesta segunda-feira (13), veio à luz o esboço de um texto que deve ser aprovado no sábado. Não chega a equiparar a união civil entre pessoas do mesmo sexo ao casamento. Mas…
Mas anota coisas assim: “As pessoas homossexuais têm dons e qualidades que podem oferecer à comunidade cristã.'' Ou assim: é preciso acolhê-las “aceitando e valorizando sua orientação sexual.'' Alvíssaras!
O homossexualismo, como se sabe, é um dado da realidade. Existe a despeito da vontade da Igreja. Está presente, aliás, no interior de bons seminários, conventos e mosteiros. Mas sempre foi tratado pelo Vaticano como uma agressão à natureza, um atentado contra o “crescei e multiplicai-vos”.
Levando-se o argumento às últimas (in)consequências, também a Igreja estaria conspirando contra a natureza humana ao impor o voto de castidade aos seus sacerdotes. Se o destino do homem e da mulher é a procriação, o celibato teria de ser considerado tão “anormal” quanto o homossexualismo.
No rascunho produzido durante o Sínodo, anotou-se que há casos em que a união entre pessoas do mesmo sexo provê “o mútuo sustento” e “constitui um apoio precioso para a vida de cada um dos parceiros.”
A prevalecer esse entendimento na Igreja, o papa Francisco vai acabar me fazendo acreditar em Deus. Até porque, considerando-se os rumos da humanidade, está difícil de acreditar em qualquer outra coisa.
*Josias de Souza escreve na Folha de São Paulo e no Portal UOL.

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