Presidentes de algumas das principais associações de juízes do país se reuniram ontem com a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, para tratar da comissão do Senado criada para passar um pente-fino em supersalários nos três Poderes e de propostas em discussão no Congresso vistas como tentativa de enfraquecer o Judiciário.
“Temos uma pauta que nos preocupa no Congresso, que são essas investidas no sentido de desestruturar a magistratura e o Ministério Público. Investida que já não é uma desconfiança, é uma certeza de que alguns parlamentares estão tentando reprimir o sistema de Justiça que hoje está fazendo as investigações mais importantes do país”, disse o presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), João Ricardo Santos Costa.
Enquanto isso, a relatora da comissão que vai analisar os salários que não respeitam o teto constitucional, senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), disse que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apoiou o trabalho do grupo e se manifestou de forma favorável ao fim dos pagamentos extrateto no funcionalismo público. A senadora afirmou em reunião com Janot que o trabalho da comissão “não é uma caça às bruxas”. “Nós estamos tentando fazer a nossa parte”, disse. “O procurador se colocou inteiramente à disposição. Muito feliz com a comissão. Acha que é mais do que necessário”, afirmou Kátia Abreu.
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