O reitor Luiz Carlos Cancellier
A Operação Lava Jato, criada para combater a corrupção no país, está fora de controle e até o momento, mais do que prender pessoas desonestas (desde que não sejam tucanos), criou um cenário catastrófico, quebrou empresas, provocou desemprego em massa, paralisou obras em todas as regiões do Brasil, facilitou a entrega de estatais valiosas a estrangeiros e provocou a desmoralização ou a morte de pessoas.
A vítima mais recente da Lava Jato foi a do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier. Preso sem culpa formada, investigado por crimes dos seus antecessores na gestão, o professor foi submetido a profundos sofrimentos e constrangimentos, entrou em depressão e terminou por se suicidar num Shopping Center de Florianópolis, deixando uma carta onde explica os motivos do seu gesto de desesperado. O caso repercutiu em toda a imprensa brasileira, mesmo na que forma o PIG - Partido da Imprensa Golpista e colegas do reitor, juristas, jornalistas e praticamente toda a mídia alternativa caíram de pau na ação arbitrária e abusiva que levou à morte do professor.
Paulo Henrique Amorim, um dos jornalistas que mais tem denunciado as arbitrariedades e imoralidades cometidas por promotores e juízes, considerou que o reitor Cancellier é a primeira vítima da Operação Lava Jato. Na verdade Paulo Henrique, apesar de toda sua experiência como profissional de imprensa, cometeu uma imprecisão. O professor foi mais uma mártir, que se soma a outros e outras, vítimas de conduções coercitivas determinadas de forma ilegal, ou de grampos feitos sem respeito à lei, da quebradeira de empresas ou de outros efeitos colaterais da pretensa luta contra a corrupção. E, antes do reitor, morreu a ex-primeira dama Marisa Letícia, que sofreu um AVC devido às pressões, às perseguições e acusações, envolvendo o marido, os filhos e até os netos. Segundo Paulo Henrique, estamos vivendo um estado policial.
Estamos mesmo.
Algumas ações que estão sendo desencadeadas no Brasil nos lembram a movimentação da Gestapo de Adolf Hitler nos anos 40, outras nos remetem mais longe: à inquisição católica no Século XV ou ainda à perseguição dos macarthistas nos Estados Unidos, nos anos 50 e 60. Estamos vivendo um arremedo de democracia, pois esse regime de governo pressupõe a soberania do povo, o respeito aos direitos dos cidadãos e às leis do país. Quando uma nação é governada por um sujeito rejeitado por mais de 90% da população, a Constituição é constantemente aviltada e homens e mulheres são presos sem julgamento ou culpa comprovada, como não reconhecer que a democracia foi estuprada, o estado de exceção foi estabelecido e oportunistas, ignorantes e desonestos querem consolidar a barbárie e o atraso?
Infelizmente, ainda teremos novas vítimas até o Brasil sair do rumo em que foi jogado a partir de 2014, quando um político e um partido político importantes se recusaram a aceitar o resultado das urnas. No caminho em que estamos, muitos do que lutaram para instalar isso que aí está poderão amanhã ser vítimas, inclusive outrora respeitados veículos de comunicação. Nesse caos em que estamos vivendo, não é de estranhar que vozes se levantem falando em intervenção militar. O golpe parlamentar-midiático de 2016 foi bem sucedido para derrubar a governante eleita. Mas o grupo que se instalou no poder fracassou na condução do país, deixou os brasileiros confusos e desencantados com a classe política e levou o Judiciário a ficar desacreditado como poucas vezes se viu na história do Brasil.
Um país tão grande, de tanto potencial, achincalhado no exterior como se fosse uma "república de banana" qualquer, motivo de piadas de argentinos, portugueses e europeus em geral.
Precisamos nos indignar, fazer alguma coisa, acender a chama da esperança.
Por nós, pelos nossos filhos e nossos netos. Não podemos ficar parados, omissos, assistindo passivamente o extermínio da civilização brasileira.
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