Ignácio de Loyola Brandão é um escritor brasileiro consagrado. Tem diversos livros premiados, integra a Academia Brasileira de Letras e seus romances foram traduzidos para dezenas de países.
Natural de São Paulo, o autor de “Não Verá País Nenhum” e “Zero” completa 84 anos no final deste mês, mas continua produzindo contos, novelas, romances e ainda escreve uma coluna semanal para o jornal Estado de São Paulo.
Hoje, numa entrevista ao Portal UOL, Loyola Brandão falou dos seus livros, da atividade jornalística, de sua produção literária e do desmanche da cultura no Brasil, com o governo Bolsonaro.
O escritor disse que se fosse reescrever o romance “A Metamorfose”, de Franz Kafka, acordaria pensando ter se transformado em Bolsonaro.
No livro A Metamorfose o personagem acorda se sentindo como um inseto, uma barata asquerosa.
Ignácio Brandão deve imaginar que o governante brasileiro representa um pesadelo ainda pior que o descrito por Kafka.
Num país em que Regina Duarte foi secretária nacional de cultura, tendo sido substituída por Mário Frias, é um alento ter intelectuais do porte do escritor paulista.
Romancistas e artistas do porte dele, é bom que se frise, estão acima dos partidos e até mesmo das ideologias, da velha discussão entre direita e esquerda.
Naturalmente quem acha que temos um governo, no momento, nunca leu e nem ao menos viu falar em Loyola Brandão, embora ele seja conhecido e lido na Alemanha, nos Estados Unidos, na França, na Itália... Enfim, no mundo desenvolvido.
Grandes nomes da literatura - no Brasil, na Argentina, no Uruguai, na Colômbia, nos Estados Unidos ou na Rússia - normalmente se posicionam contra tiranias ou governantes burros e ou autoritários. Daí que sofrem com censura, perseguições ou até prisões.
No Brasil, no passado, nomes como Érico Veríssimo, Graciliano Ramos e Jorge Amado foram punidos de alguma forma por sua produção literária ou simplesmente por pensar.
Eles, no entanto, se eternizaram com seus romances. Os ditadores ou candidatos a tal vão para o lixo da história.
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