No último sábado (01), o ex-vereador Ernesto Maia, durante programa de rádio, detalhou o que teria sido o processo que culminou com o envio, para Santa Cruz do Capibaribe, de várias toneladas de milho e sorgo a partir de uma unidade do IPA (Instituto Agrônomo de Pernambuco) em Ibimirim.
Segundo Ernesto, no apagar das luzes do governo Paulo Câmara, a fim de dar um destino rápido aos estoques de sementes do IPA, então comandado pelo deputado federal Eduardo da Fonte (PP), diversas cidades foram destinatárias do envio de grandes quantidades de sementes, dentre ais quais Santa Cruz do Capibaribe.
Outras cidades outras da região, nas quais o deputado Eduardo da Fonte tem bases políticas também foram beneficiadas, casos de Jataúba e Brejo da Madre de Deus, cujos prefeitos são aliados do deputado.
A entidade escolhida para receber o milho e o sorgo, na Capital da Sulanca, foi o Sindicato dos Agricultores de Santa Cruz do Capibaribe, tendo a Prefeitura enviado um caminhão para a cidade de Ibimirim, a fim de fazer a coleta do produto, que deveria ter sido entregue em seguida no depósito local do IPA (foto acima). Entretanto, o milho não foi entregue ao IPA, e sim descarregado em um galpão da Prefeitura.
De acordo com Ernesto, no mesmo dia que o produto chegou em Santa Cruz, o IPA local oficiou a Prefeitura a respeito do mesmo, comunicando que a carga esperada não havia sido entregue. A Prefeitura teria silenciado a respeito do assunto.
No dia 08 de janeiro, já no período do governo Raquel Lyra, a gerência regional do IPA, sediada em Caruaru, teria promovido uma reunião aqui em Santa Cruz do Capibaribe, com a finalidade específica de tratar do assunto. Tal reunião, segundo o relato de Ernesto, teria contado com a participação do secretário Marcelo Cumaru, que, por sua vez, teria assumido o compromisso de resolver logo a questão.
Passados dois dias, e sem qualquer resposta da parte da gestão municipal, o IPA teria feito uma nova reclamação, destacando a preocupação com o estado de conservação em que se encontrava o produto, mas ainda sem saber que uma parte da carga havia sumido.
Uma nova reunião teria sido feita no mês de fevereiro entre IPA e Prefeitura local, na qual o instituto ameaçou denunciar o problema aos órgãos competentes. A Prefeitura teria respondido que só não entregaria de imediato a carga pelo fato de estar sem nenhum caminhão disponível.
A entrega do milho e sorgo teria acontecido cerca de 45 dias após os produtos terem chegado em Santa Cruz, só que com um desfalque de mais de 1 tonelada de milho e cerca de 150 kg de sorgo, um tipo de capim. Inclusive, segundo Ernesto, um documento teria sido assinado pelo vereador Vando da Sertec e pelo popular Abdias da Magana, confirmando o desfalque.
Ernesto Maia concluiu sua fala sobre o assunto informando que o presidente do IPA, Joaquim Neto (foto), já teria notificado o prefeito Fábio Aragão de que o Instituto irá levar o assunto adiante.
Esse espaço fica aberto para uma oportuna manifestação da Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Capibaribe.
Fonte: Blog de Jason Lagos
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