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segunda-feira, 1 de maio de 2023

“Daltonismo político”: o Verde vai ter de explicar que não pode ser confundido com o Vermelho

 


         O ano de 2023 tem sido de provação para o imaculado grupo Verde da política de Santa Cruz do Capibaribe. Apoiadores de primeira hora da então candidata Raquel Lira, não receberam dela, até o presente momento, sequer a deferência de uma foto com a titular do Palácio do Campo das Princesas, em reconhecimento ao apoio que recebeu quando poucos apostavam na sua viabilidade eleitoral e em sinal de prestígio político para o empresário Alan Carneiro.

         Posteriormente veio a “aliança” com o grupo Azul para eleger o presidente da Câmara Municipal. Com apenas 5 vereadores, num total de 17, o grupo teve de relativizar a castidade eleitoral e adotar o pragmatismo político, e “se misturar” com os azuis, para comandar o legislativo municipal. Não se tem notícia de nenhuma crítica, de nenhum expoente verde, contra essa vitoriosa articulação. Protegida, claro, pelas paredes do plenário reformado pelo presidente Capilé.

     Agora, os imaculados estão mergulhados no constrangimento de ter de explicar gastos da ordem de meio milhão de reais na reforma do plenário da Câmara Municipal, apenas com a remuneração de engenheiros para acompanhar a obra, conforme denúncia do Vereador Carlinhos da Conab, no seu programa do sábado, dia 22 de abril. O vereador, que ainda não deu uma palavrinha sobre o milho que foi “abduzido” de algum depósito municipal de Santa Cruz ou Ibimirim, bombardeou o vereador Capilé, questionando como se gastam 500 mil reais apenas com os serviços de um engenheiro. E voltou à carga neste sábado, 29 de abril, dessa vez citando nominalmente o nome da grande estrela Verde, o empresário Alan Carneiro.

         O grupo Vermelho não vai mais enfrentar solitariamente uma CPI na Câmara Municipal, para explicar a história do “milho sumido”. Os Verdes também terão uma CPI para chamar de sua, para dar as devidas explicações sobre o “meio milhão” de reais gastos na reforma do plenário. È preciso sempre ficar de olho no denunciante, mas, primeiro, é urgente rebater a denúncia, com firmeza e veemência. Dessa forma, se mostra à sociedade que a Nova Política não é uma “harmonização facial” para criar ilusões e esconder hipocrisias. Silêncios ou reações tímidas terminam por dar corpo às denúncias e respaldam o denunciante, que, inclusive, fez veementes desafios aos caciques do grupo Verde.

      A CPI contra os Verdes será criada, ou seja, as explicações prévias foram acanhadas ou praticamente não existiram. Daí esse agrupamento político se verá na vala comum de uma investigação. Algo até “normal” para quem vive no meio político. Mas, os Verdes não são desse mundo, são diferentes, são modernos, tratam o dinheiro público com extrema transparência, racionalidade e lisura. Certamente mostrarão que a CPI proposta pelo encrencado grupo Vermelho é apenas uma tentativa de macular-lhe a honra política. De qualquer forma, o grupo vai para a defensiva, de crista baixa. Terá de defender seu parlamentar, que comandou a Câmara no biênio 2021-2022. Alguém sairá chamuscado politicamente ao final dessa CPI, o denunciante ou o denunciado. E isso certamente terá reflexos na disputa política de 2024. O salto alto pode dar vez a uma chinelinha japonesa.


Gisonaldo Grangeiro, "cearense" de Pernambuco, agrestino do Polo, professor efetivo da Rede Estadual de Educação do Estado do Ceará e da Rede Municipal de Educação de Fortaleza.

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