Segundo a articulista, a tensão de Moro se justifica, pois em tribunais superiores sua condenação é dada como certa.
O senador paranaense estava preocupado com o julgamento de Dallagnol e procurou ajuda até junto a bolsonaristas, mas não conseguiu.
Os filhos do ex-presidente da República preferiram ficar fora da disputa.
Moro fez parte do Governo Bolsonaro e saiu "atirando". Apesar de ter apoiado o ex-presidente, na disputa eleitoral contra Lula, parece não ter sido perdoado.
Um dos ministros que votou ontem à noite, pela cassação de Deltan, foi Kassio Nunes Marques, que foi indicado para o Supremo Tribunal Federal por Bolsonaro.
"Eles vêm pra cima de mim, para cassar o meu mandato no senado", teria dito Sérgio Moro, de acordo com as informações de Mônica Bergamo.
A eleição de Moro para o senado está sendo questionada na Justiça Eleitoral do Paraná pelo PL, partido do ex-presidente. De acordo com os dirigentes do Partido Liberal existem irregularidades nos gastos de campanha do senador do União Brasil.
Caso Moro seja cassado, quem assume a vaga é o ex-deputado Paulo Martins, que disputou a vaga pelo PL.
O ex-juiz está se dando mal na política. Queria ser candidato a presidente e não conseguiu.
Eleito senador, já foi constrangido diversas vezes no Congresso. Os colegas não demonstram muito respeito por ele.
Há pouco tempo, numa sessão do senado, ele teve de ouvir do ministro Flávio Dino uma indireta (ou direta seja o termo ideal) que o deixou com cara de poucos amigos.
"Fui um juiz honesto. Nunca fiz conluio com o Ministério Público. Nunca tive sentença anulada", afirmou o ex-governador do Maranhão, que começou a vida na magistratura.
Claramente Dino, que ocupa o cargo que já foi de Sérgio Moro, insinuou (ou disse) que o ex-juiz não foi honesto. Além disso, Moro já teve diversas sentenças anuladas em instâncias superiores.
Odiado por setores de esquerda e sem a confiança dos bolsonaristas, o senador do Paraná parece estar entre dois fogos. Além disso, é mal visto no Poder Judiciário, do qual fez parte.
Daí o medo de ficar sem mandato, perder o fórum privilegiado e sofrer alguma condenação mais pesada.
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